Presos do 8/1 relatam maus-tratos na Argentina

Brasileiros condenados por atos golpistas afirmam sofrer ameaças, fome e falta de cuidados médicos no sistema carcerário argentino
14 de abril de 2025
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Wellington Luiz Firmino no Salão Verde na Câmara dos Deputados durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro – Foto: Reprodução
Wellington Luiz Firmino no Salão Verde na Câmara dos Deputados durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro – Foto: Reprodução

Buenos AiresWellington Luiz Firmino, condenado por envolvimento nos atos de 8 de janeiro no Brasil, afirmou que os 49 dias preso na Argentina foram “mil vezes piores” do que os 11 meses que passou na Papuda. Outros detentos relataram falta de comida, assistência médica, higiene e ameaças de morte.

Além de Firmino, os presos Rodrigo Ramalho, Joel Borges e Ana Paula de Souza denunciaram as condições precárias no Complexo de Ezeiza, onde estão desde novembro. Eles reclamam de abandono, problemas de saúde sem tratamento e celas sem ventilação ou banheiro adequado.

Detentos relatam más condições nas prisões

Wellington Firmino, preso em 18 de novembro, contou ter ficado em uma cela solitária com um buraco no chão no lugar do banheiro e apenas uma caneca para banho. “Pernilongos por todo lado”, relatou ele ao UOL.


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Rodrigo Ramalho disse que vive “à base de doações da família” e que passou 53 dias sem ver a luz do sol ou receber alimentação e cuidados médicos adequados.

“Me sinto abandonado, esquecido em um país estrangeiro”, declarou.

Joel Borges descreveu uma cela pequena onde tomava banho a cada cinco dias. Ele afirmou que a cela parecia “do tamanho de uma casinha de cachorro”.

Ana Paula de Souza sofre de uma doença autoimune. Presa desde novembro, ela relatou que não recebe os medicamentos necessários, sente dores constantes e já desmaiou por conta de uma crise de pânico. Segundo Ana Paula, outras detentas a roubaram e ameaçaram de morte.

Refeições limitadas e ausência de atividades

Os presos informaram que recebem apenas duas refeições por dia e, muitas vezes, dependem da ajuda de amigos para se alimentar.

Além disso, disseram que não têm acesso a estudo, trabalho ou atividades físicas, por conta de problemas de saúde.

O único livro disponível nas celas seria uma Bíblia. De lazer, apenas filmes exibidos na televisão da cela.

Defesa alega perseguição política

Pedro Gradin, advogado de parte dos detentos, declarou que o sistema penitenciário argentino está em colapso.

Ele argumenta que os presos são “perseguidos políticos” e, por isso, não deveriam ser extraditados ao Brasil, pois não se tratam de criminosos comuns.

Até o momento, os órgãos responsáveis pelo sistema prisional da Argentina não se pronunciaram sobre as denúncias.

Entenda
Cinco pontos sobre a situação dos presos do 8/1 na Argentina

  1. Presos relatam celas sem banheiro, comida e assistência médica.
  2. Wellington Firmino afirma que prisão argentina foi pior que a Papuda.
  3. Ana Paula de Souza sofre ameaças e não recebe medicamentos para doença autoimune.
  4. Detentos vivem sem atividades, recebem doações e só têm acesso à Bíblia e TV.
  5. Defesa alega perseguição política e critica sistema prisional argentino.

Redacao

Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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