Brasília – A Polícia Federal (PF) revelou detalhes de um esquema de desvio de emendas parlamentares envolvendo três deputados federais do Partido Liberal (PL).
O esquema, que teria movimentado R$ 6,7 milhões, foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os acusados estão Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e Bosco Costa (PL-SE).
Esquema envolvia propina sobre emendas
A investigação, iniciada em novembro de 2020, apontou que os envolvidos exigiam 25% do valor das emendas como propina. Do total movimentado, pelo menos R$ 1,6 milhão teria sido cobrado ilicitamente. Mensagens de WhatsApp anexadas ao inquérito mostram os parlamentares e intermediários combinando os desvios.
![Mensagem de agiota mostra lista de deputados que teriam participado de esquema de venda de emendas. Foto: reprodução](https://controle.diariocarioca.com/wp-content/uploads/2025/02/imagem_2025-02-07_171609182.png)
A operação envolvia agiotas, lobistas e políticos. O dinheiro era repassado a prefeituras, e os gestores municipais eram pressionados a devolver parte dos valores aos envolvidos. Segundo a PF, Josimar Maranhãozinho seria o líder do esquema.
Denúncia começou após ameaças a prefeito
O caso veio à tona após uma denúncia do então prefeito de São José de Ribamar (MA), Eudes Sampaio. Em fevereiro de 2020, ele relatou que foi abordado por um político e pelo agiota Josival Cavalcanti da Silva, conhecido como “Pacovan”, que exigiram 25% das emendas destinadas à saúde do município.
![Troca de mensagens entre deputados mostra Josimar Maranhãozinho orientando colega a evitar encontros que poderiam ser filmados. Foto: reprodução](https://controle.diariocarioca.com/wp-content/uploads/2025/02/imagem_2025-02-07_171650167.png)
Ao recusar o pagamento, o prefeito passou a sofrer ameaças, o que o levou a procurar as autoridades. Durante a investigação, a PF descobriu áudios e mensagens detalhando a participação dos deputados no esquema.
Prints e áudios reforçam investigação
As conversas de WhatsApp incluídas no inquérito mostram Maranhãozinho orientando aliados a evitar encontros presenciais que pudessem ser filmados. Em um áudio, o agiota “Pacovan” cobra o pagamento de R$ 1,6 milhão e alerta sobre o prejuízo caso não receba a quantia.
![Troca de mensagens mostra irritação de agiota com prefeito que teria denunciado esquema com emendas. Foto: reprodução](https://controle.diariocarioca.com/wp-content/uploads/2025/02/imagem_2025-02-07_171717104.webp)
Outro ponto que chamou a atenção da PF foi a destinação de R$ 4,1 milhões por Bosco Costa (PL-SE) para um município do Maranhão, o que não condizia com sua base eleitoral.
Investigados negam acusações
Durante os depoimentos, Josimar Maranhãozinho permaneceu em silêncio. Pastor Gil admitiu ter recebido R$ 200 mil de Maranhãozinho, alegando tratar-se de um empréstimo que nunca foi pago. A PF avalia que os envolvidos podem responder por corrupção, extorsão e associação criminosa.
Entenda o caso dos desvios de emendas parlamentares
- Investigados: Deputados do PL e agiotas
- Valor desviado: R$ 6,7 milhões
- Propina exigida: 25% do valor das emendas
- Denúncia: Feita pelo ex-prefeito Eudes Sampaio
- Líder do esquema: Josimar Maranhãozinho, segundo a PF
- Provas: Prints de WhatsApp e áudios anexados ao inquérito
- Crimes investigados: Corrupção, extorsão e associação criminosa
Com informações do DCM