Criança não é mãe

Projeto de Lei asqueroso equipara aborto após 22ª semana a homicídio

Proposta de Sóstenes Cavalcante causa polêmica e críticas intensas

Deputado Sóstenes Cavalcante durante sessão na Câmara dos Deputados.
Deputado Sóstenes Cavalcante durante sessão na Câmara dos Deputados.

O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) apresentou um projeto de lei que equipara o aborto realizado após a 22ª semana de gestação ao crime de homicídio. A medida gerou debates acalorados e preocupações sobre suas implicações legais e sociais.

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O que você precisa saber

  • Proposta: Equipara aborto após a 22ª semana a homicídio.
  • Penalidade: Penas variam de 6 a 20 anos de prisão.
  • Contexto Legal: Mudanças afetam leis atuais de aborto e estupro.
  • Críticas: Especialistas e advogadas feministas condenam o projeto.
  • Autoria: Deputado Sóstenes Cavalcante e bancada evangélica.

Nova Proposta de Lei

Equiparação a Homicídio

O projeto de lei apresentado pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), membro da bancada evangélica, visa tratar o aborto realizado após a 22ª semana de gestação como homicídio simples. De acordo com o texto, as penas para este crime podem variar de 6 a 20 anos de prisão.

Atualmente, o aborto é protegido por lei em certos casos, mas o novo projeto propõe penas mais severas. Se aprovado, o aborto após a 22ª semana seria tratado como homicídio simples, de acordo com o artigo 121 do Código Penal, com penas variando de 6 a 20 anos de prisão.

A legislação atual sobre estupro, presente no artigo 213 do Código Penal, prevê penas mínimas de 6 anos para vítimas adultas, podendo chegar a 10 anos. Para menores de idade, a pena mínima sobe para 8 anos e a máxima para 12 anos. Em casos de estupro de vulnerável, onde a vítima tem menos de 14 anos ou é incapaz de oferecer resistência, a pena mínima é de 8 anos, podendo chegar a 15 anos.

Se resultar em lesão corporal grave, a pena pode alcançar 20 anos. Num cenário hipotético montado pelo g1, onde uma mulher adulta vítima de estupro interrompa a gravidez após a 22ª semana, ela poderia ser condenada a até 20 anos de prisão, enquanto seu agressor receberia uma pena de 6 a 10 anos.

Reações e Críticas

Especialistas em direitos humanos e advogadas feministas criticaram duramente o projeto. Maíra Recchia, advogada especializada em gênero, considerou a medida absurda e incompatível com a legislação atual, que não pune o aborto em casos de estupro. Gabriela Sousa, advogada feminista e sócia da Escola Brasileira de Direito da Mulher (EBDM), afirmou que a proposta é uma violação dos direitos humanos e inconstitucional.

Criança não é Mãe: Pressione contra essa barbaridade

@samiabomfim

Criança não é mãe! Os fundamentalistas do Congresso se preocupam mais em revitimizar meninas e mulheres do que em avançar no rigor da investigação e responsabilização de estupr4d0res.

♬ som original – Sâmia Bomfim

Impacto da Proposta

Discrepância nas Punições

Um cenário hipotético elaborado pelo g1 ilustra a discrepância entre as punições: uma mulher que interrompe uma gravidez após a 22ª semana poderia enfrentar até 20 anos de prisão, enquanto seu agressor, em casos de estupro, poderia receber uma pena de 6 a 10 anos.

Posições Divergentes

O ministro Silvio Almeida classificou a proposta como “imoralidade e inversão dos valores civilizatórios”, ressaltando a discrepância entre as punições para mulheres estupradas e seus agressores. Ele afirmou que a medida é inconstitucional, ferindo o princípio da dignidade humana.


Mudanças Propostas no Código Penal

Penalidades e Restrições

O projeto de lei propõe penas de 6 a 20 anos de prisão para mulheres que realizem aborto após a 22ª semana de gestação, e penas equivalentes para terceiros que realizem o procedimento. A proposta também limita o aborto em casos de estupro, permitindo o procedimento apenas até a 22ª semana.

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Apoio Parlamentar

A proposta é apoiada por 32 deputados, incluindo Sóstenes Cavalcante e Eli Borges (PL-TO), presidente da bancada evangélica. Cavalcante espera que o projeto receba mais de 300 votos na Câmara dos Deputados e vê a aprovação como um teste para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que se declarou contra o aborto durante a campanha eleitoral.