Brasília – A Polícia Federal (PF) divulgou mensagens que indicam que a Marinha do Brasil estava pronta para apoiar um plano golpista articulado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O material foi liberado após decisão do ministro Alexandre de Moraes e revela que o então comandante da Marinha, Almir Garnier, teria se alinhado ao plano, oferecendo suporte logístico e militar.
As mensagens incluem um contato identificado como “Riva”, que descreve Garnier como um “PATRIOTA” e menciona que “tinham tanques no Arsenal prontos” para agir. O interlocutor sugere que Bolsonaro, referindo-se a ele como “01”, deveria ter acionado a Marinha, o que poderia ter alinhado as Forças Armadas, incluindo o Exército e a Aeronáutica.
Detalhes da Investigação
O conteúdo das mensagens faz parte do relatório final da PF, que solicita o indiciamento de Bolsonaro e de outras 36 pessoas por tentativa de golpe de Estado. Este documento foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá sobre possíveis denúncias contra os indiciados.
Papel de Garnier nas Forças Armadas
A participação de Almir Garnier, nomeado por Bolsonaro em abril de 2021, levanta questões sobre o envolvimento das Forças Armadas em ações políticas. O almirante já havia se envolvido em situações controversas, como o desfile de blindados em Brasília durante a votação da proposta de voto impresso na Câmara dos Deputados, em agosto de 2021.Na ocasião, Garnier alegou que a coincidência de datas causou “ruído”, mas reafirmou que as Forças Armadas são “cumpridoras da lei e da ordem”. As novas revelações aumentam os indícios de apoio militar ao plano golpista, ressaltando a seriedade das articulações contra a democracia brasileira.
Entenda: Perguntas Frequentes
O que as mensagens revelam sobre a Marinha?
As mensagens mostram que a Marinha estava preparada para intervir em um possível golpe, com tanques prontos para ação.
Qual é o papel de Almir Garnier nesse contexto?
Garnier, como comandante da Marinha, teria apoiado o plano golpista e oferecido suporte logístico.
O que acontece agora com as investigações?
A PF encaminhou o relatório à PGR, que decidirá se apresenta denúncias contra os envolvidos.
Como isso afeta a confiança nas Forças Armadas?
Essas revelações podem gerar desconfiança sobre a neutralidade das Forças Armadas em questões políticas.