São Paulo – O prefeito Ricardo Nunes (MDB) convidou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para integrar sua equipe de governo.
O convite foi feito nesta segunda-feira (23), mas Campos Neto declarou que pretende tirar dois meses de descanso após deixar o cargo, em janeiro.
Paralelamente, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também demonstrou interesse em contar com o economista em sua gestão. Analistas veem a possível parceria como um movimento estratégico para as eleições de 2026.
Campos Neto e o futuro político da direita
Campos Neto se destaca como peça central nos planos políticos da centro-direita. Ele é cotado para fortalecer uma eventual candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas, que, segundo interlocutores, só renunciaria ao governo paulista em 2026 com aval do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Bolsonaro, porém, enfrenta incertezas devido à sua inelegibilidade. Analistas apontam similaridades com o cenário de 2018, quando Lula (PT) insistiu em sua candidatura até o último momento, apesar dos entraves jurídicos.
A articulação da centro-direita
Além de Campos Neto e Tarcísio, outros nomes ganham força na direita brasileira, como os governadores Romeu Zema (MG), Ratinho Júnior (PR) e Ronaldo Caiado (GO). Esses líderes buscam se distanciar do extremismo associado a Bolsonaro e reposicionar a direita no espectro político.
O PP, partido comandado por Ciro Nogueira, já adota uma postura mais moderada, alinhando-se ao centro, estratégia que sinaliza um movimento para isolar Bolsonaro e abrir espaço para novas lideranças.
Perfil técnico e críticas ao Banco Central
Campos Neto é reconhecido por seu perfil técnico, mas enfrentou duras críticas do PT e do governo federal durante sua gestão no Banco Central. As reclamações se concentraram na alta dos juros para conter a inflação, ação considerada por alguns como sabotagem à economia.
Apesar disso, Campos Neto ainda é visto como um nome de peso. Marqueteiros avaliam que seu perfil técnico e apelo de propostas concretas podem atrair um público cansado de disputas ideológicas.
Planos de Campos Neto após deixar o Banco Central
Atualmente, Campos Neto trabalha em um livro sobre sua gestão no Banco Central. Durante uma palestra em junho, ele descartou especulações sobre seu futuro imediato: “Já falaram que eu vou abrir fintech, trabalhar na indústria ou ser ministro. A única coisa certa é que vou descansar durante esse tempo”.
Entenda o caso: Campos Neto e a disputa por sua liderança
- Convites: Ricardo Nunes e Tarcísio de Freitas disputam Campos Neto para suas gestões.
- Eleições 2026: Campos Neto pode fortalecer uma candidatura de Tarcísio.
- Perfil técnico: Reconhecido no mercado financeiro, ele enfrenta críticas da esquerda.
- Cenário político: Centro-direita busca novos nomes para se distanciar de Bolsonaro.
- Descanso: Campos Neto afirmou que priorizará um período de descanso após janeiro.