Brasília – A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, respondeu duramente à fala do senador Plínio Valério (PSDB-AM), que afirmou ter vontade de “enforcá-la” durante um depoimento na CPI das ONGs. O caso gerou forte repercussão.
Durante um evento na Fecomércio do Amazonas, na sexta-feira (14), Valério disse: “A Marina esteve na CPI das ONGs: seis horas e dez minutos. Imagine o que é tolerar a Marina seis horas e dez minutos sem enforcá-la”. O tom debochado da declaração provocou críticas.
Marina Silva classifica fala como ameaça
Na terça-feira (18), em entrevista ao programa “Bom Dia Ministro/Ministra”, da EBC, Marina Silva rebateu a declaração do senador. Ela classificou o episódio como um reflexo da violência política contra mulheres.
“Quem faz ameaças à vida dos outros de brincadeira e rindo, só os psicopatas”, afirmou a ministra.
Marina ainda destacou que esse tipo de comportamento é comum contra mulheres em posições de poder. “Se uma mulher que consegue se tornar prefeita, governadora, deputada ou senadora sofre violência política de gênero, quanto mais as mulheres de forma geral”, disse.
Violência política de gênero
A ministra ressaltou que os ataques são direcionados especialmente a mulheres negras e de origem humilde. Segundo ela, esse tipo de declaração raramente ocorre contra homens.
“Dificilmente isso é dito contra um homem. É dito contra uma mulher, uma mulher preta, de origem humilde e que tem uma agenda que em muitos momentos confronta os interesses de alguns”, afirmou.
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Repercussão e possíveis medidas
A declaração de Plínio Valério gerou reações entre políticos e entidades ligadas aos direitos das mulheres. Parlamentares cobram medidas do Senado contra o senador.
Até o momento, Valério não se pronunciou sobre a repercussão de sua fala.
Entenda o caso: fala de Plínio Valério sobre Marina Silva
- Declaração polêmica: O senador disse, em tom de deboche, que suportar Marina Silva por seis horas sem enforcá-la seria um desafio.
- Reação de Marina Silva: A ministra chamou a fala de “psicopata” e denunciou violência política de gênero.
- Impacto político: Parlamentares e entidades cobram providências contra o senador.
- Possível investigação: O caso pode ser analisado por órgãos de controle.