Brasília – O Supremo Tribunal Federal (STF) validou, nesta terça-feira (25), a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. O depoimento foi fundamental para a investigação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado. Com isso, o julgamento prosseguirá nesta quarta-feira (26), quando os ministros decidirão se o ex-presidente e outros sete denunciados se tornarão réus.
A Primeira Turma do STF, composta por cinco dos 11 ministros da Corte, rejeitou pedidos das defesas para anular a colaboração de Cid. Os advogados alegaram que ele teria sido coagido pela Polícia Federal e pelo ministro Alexandre de Moraes para incriminar Bolsonaro e seus aliados. No entanto, os magistrados decidiram, por unanimidade, manter o acordo.
Supremo rejeita alegação de coação
Durante o julgamento, Moraes, relator do caso, destacou que Mauro Cid confirmou, na presença de advogados, a espontaneidade do acordo. “O colaborador, na presença de seus advogados, reiterou a voluntariedade e regularidade da delação premiada”, afirmou o ministro.
As defesas também tentaram afastar os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin da análise do caso, mas o pedido foi negado. A Primeira Turma também rejeitou o envio da denúncia para o plenário do STF.
Decisão sobre denúncia contra Bolsonaro ocorre nesta quarta
O julgamento desta terça-feira analisou apenas questões preliminares. Nesta quarta-feira (26), os ministros decidirão se aceitam a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro, general Braga Netto e outros seis acusados. Caso a denúncia seja aceita, eles se tornarão réus.
A denúncia foi apresentada pela PGR em fevereiro deste ano e envolve um grupo de oito pessoas, apontadas como integrantes do “núcleo central” da suposta tentativa de golpe.
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Entenda o caso da delação de Mauro Cid
- Delação confirmada: Mauro Cid confessou participação e forneceu provas.
- Tentativa de anulação: Defesas alegaram coação, mas STF rejeitou.
- Decisão unânime: Todos os ministros da Primeira Turma votaram pela validade do acordo.
- Próximos passos: Julgamento continua nesta quarta-feira (26), com decisão sobre a denúncia contra Bolsonaro e aliados.