Brasília – Um homem de 52 anos foi preso após tentar invadir o Supremo Tribunal Federal (STF) e ameaçar ministros. A prisão ocorreu dois dias após o incidente, na cidade de Samambaia, região metropolitana de Brasília. Durante buscas, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) encontrou uma bomba caseira e bilhetes com indícios de intenções violentas.
Na última quarta-feira (26), o suspeito pulou as grades do STF e fez ameaças a ministros e servidores. Agentes de segurança o impediram de se aproximar do prédio. O caso levantou preocupação porque se trata do terceiro atentado ou tentativa de invasão ao Supremo em apenas quatro meses.

Homem resistiu à prisão e atacou policiais
A PCDF localizou o suspeito em sua residência e realizou uma busca autorizada pela Justiça. Durante a abordagem, ele reagiu com agressão, o que resultou na sua detenção por resistência e desacato. Os agentes encontraram, além da bomba caseira, bilhetes manuscritos com frases que indicavam intenções violentas, como: “Hoje início do reinado do juiz Jerônimo por autoridade de Jesus”.
Na casa, também foi apreendido um casaco de uso exclusivo da Polícia Militar do Distrito Federal, além de um celular e um computador. Os equipamentos passam por perícia para investigar se o suspeito agiu sozinho ou se havia cúmplices.

Terceiro atentado em quatro meses contra o STF
Desde novembro de 2024, o STF registrou três tentativas de ataques. Em 13 de novembro, um homem explodiu uma bomba na Praça dos Três Poderes e morreu no atentado. No fim de dezembro, outro suspeito foi capturado na Bahia por planejar ações extremistas em Brasília.
Possível conexão com grupos extremistas
As autoridades investigam se o homem tem ligação com grupos extremistas. A PCDF avalia a hipótese de apologia ao crime e estuda possíveis vínculos partidários do suspeito. A investigação também verifica se há relação com os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando extremistas invadiram as sedes dos Três Poderes.
O caso ocorre 10 dias após o Ministério Público Federal (MPF) denunciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e 33 aliados por envolvimento na tentativa de golpe. Enquanto isso, parlamentares bolsonaristas articulam no Congresso um projeto para anistiar os envolvidos nos ataques.