O filme Malês, dirigido por Antônio Pitanga, foi pré-lançado nesta quinta-feira (10) na 26ª edição do Festival do Rio, no Cine Odeon, no centro da capital carioca. A estreia oficial está marcada para o primeiro trimestre de 2025.
O longa-metragem narra a Revolta dos Malês, um dos maiores levantes de escravizados da história do Brasil, ocorrido em 1835, em Salvador.
A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), esposa de Pitanga, esteve presente no evento para prestigiar o lançamento da obra. Ao lado do marido, Benedita falou sobre a relevância do Festival do Rio e o resgate histórico promovido pelo filme.
“O Festival do Rio voltou e voltou com força. Estamos tendo a cultura sendo homenageada, prestigiada”, afirmou ao Diário carioca.
A deputada destacou a importância de trazer à tona histórias como a da Revolta dos Malês.
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“Ter nesse festival uma história como a dos Malês, que conta parte da verdadeira história, é fundamental. Os negros e negras nunca ficaram calados. Eles sempre se organizaram. Não foi só Zumbi dos Palmares. Tivemos essa linda história dos Malês, que começa um processo econômico diferente e traz para essa geração um pouco dessa história que não é contada nos livros”, disse.
Benedita também falou sobre a força da produção cultural negra no Brasil atual. “Hoje, temos um mercado negro da literatura, da poesia, da escrita e do audiovisual. É muito importante que, em um festival carioca, onde há uma carioquice negra majoritária, estejamos assistindo a Malês“, completou.
Benedita comenta sobre política e o momento da esquerda
Durante entrevista ao DC, Benedita da Silva abordou a conjuntura política atual, ressaltando a necessidade de união entre as forças de esquerda no Brasil.
“Essa polarização já era esperada. A esquerda brasileira precisa estar cada vez mais unida, porque a nossa resistência tem que ser maior do que foi agora”, afirmou.
A deputada defendeu a continuidade das políticas de desenvolvimento, saúde e educação, áreas que, segundo ela, sofreram retrocessos.
“Agora, o Brasil começa a se recompor. A disputa está grande, pois a economia começa a se estabilizar, e eles (a direita) querem aproveitar esse ‘filé’. Mas estamos firmes, fortes e cada vez mais unidos”, concluiu.
O filme Malês, além de trazer à tona um dos episódios mais marcantes da resistência negra no Brasil, foi celebrado como um marco no Festival do Rio, refletindo o vigor da produção audiovisual e da luta política contemporânea.