Campinas (SP) – As vereadoras Paolla Miguel e Guida Calixto, do PT, sofreram ameaças racistas e de morte nesta quarta-feira (18).
As mensagens, enviadas para os e-mails institucionais das parlamentares, usavam termos ofensivos, como “macaca”, e pediam a renúncia dos mandatos. Um boletim de ocorrência foi registrado, mas o autor ainda não foi identificado.
O agressor assinou o e-mail com o nome de um advogado de São Paulo. No entanto, a veracidade da identidade utilizada permanece sob investigação.
A mensagem continha frases como “política não é lugar de preto” e referências ao lema “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, associado ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Histórico de ataques
Guida Calixto afirmou que esta é a terceira ameaça que recebe desde que iniciou o mandato em Campinas. A primeira ocorreu enquanto ela era relatora de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava crimes da extrema direita. “Quando assumi a relatoria dessa CPI, fui ameaçada”, disse a vereadora.
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Em maio, Paolla Miguel e outros parlamentares negros de Campinas, incluindo Major Jaime (União), Permínio Monteiro (PSB), Higor Diego (Republicanos) e Cecílio Santos (PT), também receberam mensagens racistas e ameaças de massacre na Câmara. Na época, os autores dessas ameaças foram identificados e presos.
Declarações das parlamentares
Calixto descreveu o teor das ameaças como “horroroso e assustador”. Para ela, o ódio reflete a dificuldade de aceitar mulheres negras ocupando espaços de poder. “É um crime recheado de ódio. É de alguém que não suporta que uma mulher negra, vinda das camadas populares, tenha um mandato eletivo”, afirmou.
As duas vereadoras divulgaram uma nota conjunta classificando o ataque como “gravíssimo” e “violência brutal”. A mensagem exigia a renúncia dos mandatos, o que elas consideram uma tentativa de silenciar sua atuação política.
Investigações em andamento
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) foi acionada, mas ainda não se posicionou sobre o caso. O histórico de ameaças anteriores sugere envolvimento de grupos extremistas, mas a identidade do responsável por essa nova mensagem segue desconhecida.
Com Informações do Brasil de Fato