Organização Criminosa

Michelle Bolsonaro pressionou ostensivamente por golpe, diz Mauro Cid

Delação do ex-ajudante de ordens aponta influência da ex-primeira-dama no grupo que defendia a ruptura institucional

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Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

Brasília – A delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, com sigilo derrubado nesta quarta-feira (19) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revelou que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pressionou ativamente pelo golpe de Estado. Segundo Cid, ela fazia parte de um grupo de aliados que incentivava o então presidente Jair Bolsonaro (PL) a romper com a ordem democrática.

O ex-ajudante de ordens afirmou que Michelle e outras lideranças da ala radical do governo defendiam a intervenção de forma insistente. “Tais pessoas conversavam constantemente com o ex-presidente, instigando-o para dar um golpe de Estado. Eles afirmavam que Bolsonaro tinha o apoio do povo e dos CACs para isso”, declarou Cid.

Grupo pressionava Bolsonaro

Entre os nomes citados na delação, além de Michelle, estão:

  • Onyx Lorenzoni (PL-RS)
  • Senador Jorge Seif (PL-SC)
  • Senador Magno Malta (PL-ES)
  • Deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP)
  • Ex-ministro Gilson Machado
  • General Mario Fernandes, secretário-executivo do general Luiz Eduardo Ramos

Segundo Cid, o general Mario Fernandes desempenhou papel fundamental ao tentar convencer integrantes das Forças Armadas a aderirem à tentativa de golpe.

Acusações contra Bolsonaro e aliados

As revelações de Cid foram cruciais para a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar Bolsonaro e outras 33 pessoas por:

  • Tentativa de golpe de Estado
  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Organização criminosa
  • Dano qualificado por violência e grave ameaça contra patrimônio da União

As denúncias envolvem estratégias para subverter o resultado eleitoral de 2022 e enfraquecer as instituições democráticas.

Defesa de Bolsonaro nega acusações

O advogado de Bolsonaro e Michelle, Paulo Cunha Bueno, classificou as declarações de Cid como “absurdas e sem qualquer amparo na verdade”. Em novembro de 2023, quando parte do conteúdo da delação vazou, ele afirmou que o ex-presidente “jamais esteve conectado a movimentos de ruptura institucional”.

O deputado Eduardo Bolsonaro também se manifestou: “Querer envolver meu nome nessa narrativa não passa de fantasia, devaneio”.

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