Aqui não!

Acusadas de racismo no Leblon respondem por crime no RS

Mãe e filha que vivem no McDonald's do Leblon respondem a outro processo por racismo no RS
Foto: Reprodução / TV

Não é a primeira vez que Susane Paula Muratori Geremia e Bruna Muratori, mãe e filha que vivem no McDonald’s do Leblon, na Zona Sul do Rio, são acusadas de racismo. As duas já haviam sido condenadas por ofensas racistas no Rio Grande do Sul e, agora, enfrentam nova denúncia após agredirem verbalmente um grupo de adolescentes negras na lanchonete do Leblon, na última sexta-feira (30).

Hello Bet
Hello Bet

Susane foi presa em flagrante por injúria racial, enquanto Bruna foi liberada após prestar depoimento.

Segundo testemunhas e agentes do programa Leblon Presente, a confusão teve início quando as adolescentes tiraram fotos de Susane e Bruna, o que gerou uma reação agressiva. Susane, de 64 anos, teria chamado uma das jovens de “preta nojenta” e “pobre”, além de outras ofensas de cunho racial.

O caso foi registrado na 14ª DP (Leblon), onde os depoimentos das vítimas foram descritos pela delegada Maira Rodrigues como “firmes, robustos e coesos”. Susane foi transferida para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio.

Bruna Medina de Souza, mãe de uma das adolescentes ofendidas, descreveu o episódio como revoltante. “Minha filha foi chamada de ‘preta nojenta’. A gente sempre enfrenta racismo, mas dessa vez foi direto e cruel. Vou lutar para que essas mulheres paguem pelo que fizeram, inclusive aqueles que as acolhem”, afirmou Bruna.


LEIA TAMBÉM

Ela destacou a importância das testemunhas que apoiaram sua versão, enfatizando que pessoas negras e periféricas frequentemente enfrentam descrédito em situações como essa.

Caso no Rio Grande do Sul

Em setembro de 2017, Susane e Bruna foram acusadas de racismo contra uma auxiliar de serviços gerais no condomínio onde moravam, no Rio Grande do Sul. Segundo a denúncia do Ministério Público, mãe e filha teriam chamado a funcionária de “empregadinha inútil, negra e suja” após um desentendimento sobre o recebimento de correspondências judiciais.

A defesa das acusadas recorre da condenação, mas o caso ainda tramita nos tribunais.

‘Sem casa’

Nos últimos meses, Susane e Bruna têm chamado a atenção de moradores do Leblon por passarem o dia na lanchonete da Rua Ataulfo de Paiva, esquina com a Rua Carlos Góis, junto de suas malas.

Segundo relatos, elas chegam a consumir no local e permanecem na lanchonete até a madrugada, quando o estabelecimento fecha. A situação gerou desconforto entre clientes e funcionários, que frequentemente relatam comportamentos inadequados das mulheres.

Em nota, o McDonald’s informou que irá colaborar com as autoridades assim que for notificado e reforçou seu compromisso com iniciativas que promovem a diversidade e combatem a discriminação. A empresa afirmou que está disposta a cooperar com as investigações em curso.