Rio de Janeiro – Bianca Montenegro, estudante de Direito de 19 anos, foi ameaçada e teve o carro danificado após recusar pagar R$ 20 a um flanelinha na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A jovem estacionou em frente à faculdade e, ao retornar, três horas depois, foi empurrada e teve a porta do veículo chutada. As informações são de O Globo.
O homem ainda tirou foto da placa do carro e do rosto de Bianca. Segundo ela, o agressor gritou que a agrediria caso voltasse ao local. O caso foi registrado na 16ª DP (Barra da Tijuca) e é investigado como tentativa de extorsão e ameaça.
Cobranças abusivas se espalham pela cidade
Casos como o de Bianca se tornaram frequentes. Flanelinhas atuam em diversos bairros do Rio, especialmente em áreas turísticas, como Prainha e Grumari, onde cobram até R$ 50. Alguns motoristas relataram pagamentos de até R$ 100 sem questionar.
Na Zona Sul e próximo a estádios, como o Maracanã e o Nilton Santos, os flanelinhas disputam vagas com os motoristas e aceitam Pix ou maquininha de cartão. Eles chegam a atuar em frente a viaturas da Polícia Militar, alegando que nada acontece durante fiscalizações.
Ausência de fiscalização eficiente
Apesar da gravidade das denúncias, a Prefeitura do Rio ainda não criou uma política eficaz para conter a ação dos flanelinhas. O canal 1746, usado para denúncias de irregularidades, não possui uma opção específica para relatar esses casos. As ocorrências são registradas como problemas genéricos de estacionamento.
O secretário municipal de Ordem Pública, Brenno Carnevale, afirmou que a fiscalização acontece de forma preventiva em pontos críticos da cidade. Entre 2024 e o primeiro trimestre de 2025, a SEOP abordou mais de cinco mil flanelinhas, e 57 acabaram levados para delegacias.
Extorsão e ameaças viram rotina
Quando o flanelinha usa violência ou ameaça, o caso pode ser enquadrado como crime de extorsão, com pena que varia de quatro a dez anos de prisão. Contudo, muitos agem impunemente, principalmente por falta de denúncia ou pela ausência de flagrante.
A prefeitura informa que apenas guardadores credenciados pela CET-Rio, com talões de cobrança autorizados e atuando em áreas sinalizadas, podem cobrar pela vaga. A tarifa oficial é de R$ 2 por período.
Entenda o problema da cobrança ilegal no Rio
- Flanelinhas cobram entre R$ 15 e R$ 100 em ruas públicas.
- Estudante foi ameaçada após recusar pagar no bairro da Barra.
- Eles usam maquininhas e Pix para facilitar o pagamento.
- Denúncias no canal 1746 são mal classificadas e pouco efetivas.
- A prefeitura permite cobrança apenas em áreas sinalizadas e com tarifa de R$ 2.