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Ato contra racismo promovido por roda de samba é interrompido no Rio

Organizadores afirmam que nunca enfrentaram problemas semelhantes em oito anos de realização do evento

Foto: Reprodução / Instagram
Foto: Reprodução / Instagram

Na madrugada deste sábado (3), a roda de samba Pede Teresa, que ocorre na Praça Tiradentes, no Centro do Rio, foi interrompida durante uma fiscalização rotineira realizada por órgãos públicos. O evento, que visava promover um ato contra o racismo em resposta ao casal que imitou macacos na festa do último dia 19, foi alvo de problemas devido a irregularidades, incluindo a ausência de autorização e o volume excessivo de som.

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Essa intervenção causou surpresa entre frequentadores e organizadores, que afirmam nunca ter enfrentado uma situação semelhante em oito anos de tradição do evento.


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O pedido de encerramento do evento causou surpresa entre frequentadores e organizadores. Em entrevista ao jornal “O Dia” Wanderso Luna, cantor e organizador de 44 anos, expressou seu desconforto com a situação, afirmando que, em oito anos, esta foi a primeira vez que enfrentaram uma abordagem dessa natureza.

“Ainda não entendemos o motivo. Após o crime recente, organizamos um debate sobre como combater o racismo em rodas de samba e discutimos a cultura preta. Pode ser coincidência, mas nunca havíamos enfrentado algo assim antes”, explicou Luna.

O organizador também destacou que, em 2016, a equipe da roda de samba consultou o Corpo de Bombeiros para verificar a necessidade de qualquer autorização específica e foi informado de que, devido às características do evento, não seria necessário. “Estamos na praça há oito anos e nunca tivemos problemas antes”, acrescentou o cantor.

Conhecida por celebrar a cultura do samba, a Pede Teresa ocorre nas primeiras e terceiras sextas-feiras de cada mês desde 2016 na Praça Tiradentes. A roda de samba faz parte do Programa de Desenvolvimento Cultural Rede Carioca de Rodas de Samba, regulamentado pela Seop.

O que dizem as autoridades

De acordo com a Polícia Militar, a ação de fiscalização começou às 20h e envolveu também a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), o Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil. A operação tinha como objetivo assegurar a segurança do público em eventos independentes que acontecem no Centro do Rio.

Segundo a corporação, foram fiscalizados seis estabelecimentos, e a roda de samba foi interrompida devido a problemas como a ausência de autorização dos órgãos públicos e som em volume excessivo. O Corpo de Bombeiros confirmou que o evento não possuía a autorização necessária para segurança contra incêndio e pânico, resultando na emissão de uma notificação para regularização junto ao CBMERJ.