Milícia Desarticulada

Boi deve assumir o comando nas favelas do Rodo e Antares

Investigação aponta que miliciano seria substituto de Pipito morto em uma operação da policia civil

Miliciano Pipito é morto em operação da Polícia Civil em Santa Cruz, Rio de Janeiro, e Boi pode assumir o comando nas favelas do Rodo e Antares.
Miliciano Pipito é morto em operação da Polícia Civil em Santa Cruz, Rio de Janeiro, e Boi pode assumir o comando nas favelas do Rodo e Antares.

Rio de Janeiro – A Polícia Civil está investigando se um miliciano conhecido como Boi assumiu o controle das milícias nas favelas do Rodo e de Antares, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio. O antigo líder, Rui Paulo Gonçalves Estevão, conhecido como Pipito, foi morto nesta sexta-feira durante uma troca de tiros com policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e de Inquéritos Especiais (Draco-IE) e agentes da Subsecretaria de Inteligência.

O que você precisa saber

  • Operação: Pipito foi monitorado e morto em operação policial.
  • Novo líder: Miliciano Boi pode assumir o controle.
  • Prisões: Dois homens foram presos durante a operação.

Detalhes da operação

Em coletiva de imprensa, o delegado João Valentim explicou que Pipito vinha sendo monitorado há meses. Ele foi localizado na Favela do Rodo e tentou resistir à prisão, resultando em uma troca de tiros. Pipito foi baleado e tentou fugir, mas foi capturado pelas equipes.

— A Draco o monitorava há muito tempo. Pipito era um alvo prioritário da Polícia Civil. Ontem, conseguimos monitorar os veículos que ele se deslocava e localizar a casa onde ele se escondia, a partir do último carro que ele utilizou. Nesse momento, decidimos fazer um cerco a esse imóvel e abordá-lo dentro dessa casa. Logo de cara, dois de seus seguranças foram presos na porta do imóvel. Pipito resistiu à prisão e houve uma troca de tiros. Ele foi baleado no terraço do imóvel, pulou para o terreno vizinho. Até que foi capturado pelas equipes — detalhou Valentim.


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Prisões e apreensões

Durante a operação, dois homens suspeitos de fazer parte da quadrilha de Pipito foram presos: Charles Nascimento de Macedo, com 23 anotações criminais, e Luiz Paulo Leão Borges. Ambos foram autuados em flagrante por constituição de milícia privada e porte ilegal de arma.

Perícia e materiais apreendidos

Uma perícia será realizada na área e na casa onde ocorreu a operação. Foram encontradas três pistolas, munição, carregadores, celulares e outros materiais.

— A gente vai analisar esse material através da perícia. Vamos extrair os dados contidos para andamento das investigações — afirmou o delegado.

Material apreendido em operação que resultou na morte do miliciano Pipito — Foto: Divulgação
Material apreendido em operação que resultou na morte do miliciano Pipito — Foto: Divulgação

Reforço policial e novos desafios

Imagens nas redes sociais mostram os presos sendo escoltados, enquanto milicianos tentavam resgatá-los com disparos. Um blindado da Polícia Militar foi acionado para auxiliar na saída das equipes da comunidade.

— Os dois homens têm várias anotações criminais, mandados de prisão por homicídios, extorsões, participação em milícia… Eles foram presos armados saindo do imóvel onde o Pipito foi encontrado — conta o delegado.

Histórico de Pipito

Pipito tinha sete mandados de prisão por crimes como extorsão e homicídio. Ele integrava o bando de Luís Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho, desde 2017. Após a morte de Matheus da Silva Resende (sobrinho de Zinho), Pipito assumiu o controle da milícia em algumas áreas da Zona Oeste.

Reação do governo

O governador do Rio, Cláudio Castro, elogiou a operação:

— Nossa Polícia Civil deu mais um duro golpe contra criminosos que atentam contra a paz da população. A Draco prendeu hoje o chefe da milícia da Zona Oeste, na Favela do Rodo, em Santa Cruz. Conhecido como Pipito, partiu dele a ordem para incendiar 35 ônibus na região, em retaliação à morte de um sobrinho do miliciano Zinho, que está preso — escreveu Castro.