Rio de Janeiro – O governador Cláudio Castro (PL) afirmou que Thiago Pampolha (MDB) não assumirá o governo do estado. Ele garantiu que só disputará o Senado caso o vice deixe o cargo para concorrer a outro posto eletivo. Caso isso ocorra, Rodrigo Bacellar (União Brasil), presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), assumirá o Palácio Guanabara e concorrerá à reeleição.
Em entrevista ao Valor, Castro enfatizou que qualquer movimentação política da direita no Rio de Janeiro precisa envolver o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Não há eleição no Rio que não passe pelo presidente Bolsonaro”, declarou.
Sucessão estadual e apoio a Bacellar
O governador demonstrou apoio a Rodrigo Bacellar como principal nome para disputar o governo do Rio em 2026. Ele elogiou a reeleição unânime de Bacellar na Alerj, destacando que nem políticos influentes como Sérgio Cabral ou Jorge Picciani conseguiram tal feito. Castro também classificou Eduardo Paes (PSD) como um “gigante político” e possível adversário na próxima eleição.
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Conflitos internos e disputa pelo governo
Castro e Pampolha estão rompidos desde 2023. O governador reafirmou que não permitirá que o vice assuma seu cargo. “Pampolha não será governador. A não ser que eu infarte ou morra”, disse, em tom de brincadeira.
Ele garantiu que não pediu a saída de Pampolha, mas ressaltou que o vice deve avaliar seu próprio futuro político. “Seria antiético pedir para ele sair, mas ele precisa decidir seu caminho”, afirmou.
Bolsonaro e a disputa presidencial
Castro aposta que Bolsonaro, atualmente inelegível, pode recuperar seus direitos políticos e disputar a Presidência. Caso contrário, a decisão sobre o candidato da direita caberá ao ex-presidente. No cenário estadual, o governador também defende que Bolsonaro seja o principal articulador.
Ele criticou a estratégia de Bolsonaro nas eleições municipais de 2024, especialmente a escolha de Alexandre Ramagem (PL) para disputar a prefeitura do Rio. “Foi um erro terrível. Ramagem não teve nem a lealdade de reconhecer o que foi feito por ele”, disse.
Críticas ao governo Lula e desafios fiscais
Castro fez duras críticas ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apontando problemas na segurança pública, diplomacia e gestão financeira. Ele classificou os vetos de Lula ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) como “antidemocráticos”.
O governador também admitiu um déficit de R$ 14,6 bilhões para 2025 e defendeu a revisão de incentivos fiscais para aumentar a arrecadação do estado.
Segurança pública e avaliação da gestão
Apesar do investimento de R$ 16 bilhões em segurança em 2024, os índices de criminalidade aumentaram. “O cidadão comum não quer saber se reformei batalhões e delegacias. Ele quer se sentir seguro”, afirmou.
Castro avaliou que o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, tem boas intenções, mas falta sintonia com o governo estadual. Ele também criticou o chanceler Mauro Vieira, classificando-o como “fraco” e defendendo uma diplomacia mais ativa contra o tráfico de armas.
Eleição de 2026
Castro reafirmou seu apoio a Rodrigo Bacellar para o governo estadual. Questionado sobre uma candidatura ao Senado, ele repetiu que só concorrerá caso Pampolha não assuma o governo interinamente.
O governador destacou os avanços em infraestrutura e modernização, mas reconheceu que a segurança pública segue como principal desafio. “No Rio, essa é a pauta central”, concluiu.
Disputa pelo governo do Rio: entenda o cenário
- Cláudio Castro reafirma que Thiago Pampolha não assumirá o governo.
- Governador só disputará o Senado se o vice também deixar o cargo.
- Rodrigo Bacellar é o nome preferido de Castro para a sucessão estadual.
- Bolsonaro terá papel central na escolha do candidato da direita.
- Castro critica a estratégia política de Bolsonaro e o governo Lula.
- Segurança pública é apontada como principal desafio da gestão.