Rio de Janeiro – O Bairro Peixoto, em Copacabana, enfrenta um aumento expressivo na criminalidade e no consumo de drogas, especialmente na Praça Edmundo Bittencourt. Moradores relatam que a região se transformou em um ponto de uso e venda de crack, afetando diretamente a segurança local. Furtos, depredação do patrimônio e até atos obscenos em via pública são cada vez mais comuns.
A proximidade com o 19º Batalhão de Polícia Militar e a Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade não tem sido suficiente para coibir a crescente violência. Moradores denunciam que vários apartamentos foram invadidos, vidros de carros quebrados e que a praça acumula sujeira e entulhos deixados pelos usuários.
Medo e desvalorização imobiliária preocupam moradores
O aumento da criminalidade também tem impactado o valor dos imóveis na região. Uma moradora e síndica de prédios na Rua Anita Garibaldi afirmou que cogita vender seu apartamento devido à insegurança:
– Tenho medo de sair à noite. O tráfico de drogas é constante, e a qualidade de vida despencou, mesmo com o IPTU alto.
Outro relato preocupante veio de um servidor federal, que é síndico de um edifício na mesma rua:
– Um morador flagrou um homem tentando invadir sua varanda no segundo andar, onde vive uma família com criança pequena. Isso aconteceu por volta das 6h, quando o fluxo de usuários de crack é intenso.
Ação policial ainda não apresenta resultados efetivos
As queixas foram levadas ao Conselho Comunitário de Segurança de Copacabana. Segundo Horácio Magalhães, presidente da Sociedade Amigos de Copacabana, a PM tem intensificado o patrulhamento, mas esbarra na dificuldade de efetuar prisões:
– A maioria dos usuários é detida e liberada, já que o consumo de drogas é crime de menor potencial ofensivo.
Comerciantes também reclamam da queda no movimento e do aumento de situações violentas. Bianca Campos, proprietária de um comércio local, afirma:
– Clientes têm medo de circular à noite. Brigas entre os usuários são frequentes, e muitas vezes presenciamos cenas de agressões.
Internações involuntárias e reforço na segurança
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, explicou que o governo tem adotado internações involuntárias para dependentes químicos em risco. No entanto, ele alerta:
– Sem uma ação policial mais estruturada, a situação tende a persistir. O tráfico de crack é altamente lucrativo e se espalha por toda a cidade.
A Polícia Militar reforçou o policiamento na área e estuda uma integração com as UPPs locais para conter o avanço da violência. A Secretaria de Assistência Social informou que realizou mais de mil abordagens na região, oferecendo acolhimento para dependentes.
Enquanto isso, moradores e comerciantes continuam apreensivos, temendo que a situação fuja ainda mais do controle.
Entenda a cracolândia em Copacabana
- Onde ocorre: Principalmente na Praça Edmundo Bittencourt, no Bairro Peixoto.
- Principais problemas: Aumento do consumo de crack, furtos, violência e ocupação irregular.
- Impacto: Desvalorização imobiliária, insegurança e prejuízos ao comércio local.
- Ações do governo: Internações involuntárias e reforço no policiamento.
- Dificuldades: Flagrantes policiais e liberação rápida de usuários detidos.
Com informações de O Globo