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Controvérsia

Eduardo Paes é acusado de beneficiar música gospel no Réveillon e vira alvo do MPF

Denúncia aponta exclusão de religiões de matriz africana em eventos públicos

Rio de Janeiro – O prefeito Eduardo Paes (PSD) enfrenta uma denúncia formalizada pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP) ao Ministério Público Federal (MPF). A representação acusa a prefeitura de favorecer cantores gospel nas celebrações de Réveillon e outros eventos públicos, em detrimento de religiões de matriz africana.

A denúncia foi reforçada por manifestações do professor e babalawô Ivanir dos Santos, colunista do ICL Notícias, que criticou a ausência de representantes das religiões afro-brasileiras nos palcos principais do Réveillon carioca. Segundo ele, a exclusividade dada à música gospel contradiz a equidade e inclusão religiosa, prejudicando a representação cultural das tradições afrodescendentes.


Acusações contra a prefeitura

Na representação, o CEAP aponta tratamento desigual por parte da gestão municipal. A denúncia destaca o financiamento público para artistas gospel enquanto eventos ligados às religiões de matriz africana são marginalizados.

O documento menciona a atuação da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), que também criticou a prefeitura. A comissão apresentou dados sobre o orçamento público destinado a eventos evangélicos, sugerindo uma falta de apoio financeiro para manifestações religiosas afro-brasileiras.

O texto da CCIR enfatiza que a exclusão de religiões de matriz africana nos eventos públicos reforça preconceitos existentes e aumenta a intolerância religiosa.


Investigação pelo Ministério Público

O procurador Julio José Araujo Junior, do MPF, deu início à apuração dos fatos. Em despacho, ele ressaltou que a representação aponta indícios de que a prefeitura estaria favorecendo determinados grupos religiosos com recursos públicos, violando o princípio da diversidade religiosa.

O MPF estabeleceu um prazo de 15 dias para que a Prefeitura do Rio informe os valores destinados a eventos religiosos entre 2021 e 2024. Além disso, solicitou explicações sobre a ausência de celebrações de religiões afro-brasileiras na programação oficial do Réveillon em Copacabana.


Reação de Eduardo Paes

Questionado sobre a denúncia, Eduardo Paes reagiu em tom irônico em suas redes sociais. Em uma postagem, o prefeito comentou:
“Tá achando que é fácil! Um dia a gente é acusado de só cuidar do Zé Pilintra. No outro de só cuidar de crente! Para todos eu digo: Amém e axé! E shalom e namastê!”

A assessoria da prefeitura não divulgou nota oficial, limitando-se a reproduzir o posicionamento do prefeito nas redes.


Entenda a denúncia contra Eduardo Paes

  • Motivo: Acusação de favorecimento a cantores gospel em eventos públicos.
  • Denunciante: Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP).
  • Impacto: Exclusão de religiões afro-brasileiras nos principais palcos do Réveillon carioca.
  • Investigação: MPF apura possível uso indevido de recursos públicos e falta de equidade religiosa.
  • Prazo: Prefeitura tem 15 dias para apresentar informações detalhadas.

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