Crimes com IA

Fake nudes: juíza recomenda proibição de celulares em escolas

Audiência com vítimas de manipulação de imagens ocorreu no Rio de Janeiro

Fake nudes: juíza recomenda proibição de celulares em escolas
Roto: Divulgação

Uma juíza do Rio de Janeiro recomendou a proibição de celulares em escolas, incluindo os intervalos recreativos.

A medida foi tomada após a audiência com nove adolescentes vítimas de fake nudes, a manipulação de fotos em que as roupas das pessoas são removidas digitalmente.

O que você precisa saber:

  • No Rio de Janeiro, uma juíza recomendou a proibição de celulares em escolas, incluindo os intervalos recreativos.
  • A medida foi tomada após a audiência com nove adolescentes vítimas de fake nudes.
  • A juíza disse que os pais precisam supervisionar o uso de tecnologias por crianças e adolescentes.

A audiência foi feita na segunda-feira (18) e, no mesmo dia, a Polícia Civil executou mandados de busca e apreensão, recolhendo celulares e computadores dos jovens envolvidos.

Os investigados são adolescentes e estudam em um colégio particular da cidade. Eles são acusados de usar um aplicativo de inteligência artificial para produzir as imagens.

A juíza responsável pela audiência, Vanessa Cavalieri, disse que os pais precisam supervisionar o uso de tecnologias por crianças e adolescentes, e recomendou a proibição de celulares em ambientes escolares, o que inclui os intervalos recreativos.

“Diversos estudos demonstram que há uma relação direta entre o adoecimento psíquico de crianças e adolescentes, como depressão, transtornos alimentares, suicídio, bem como aumento de casos de bullying e violência entre alunos, e o uso livre dos celulares nas escolas. É preciso que o recreio volte a ser um tempo de convivência entre os alunos, e não de cada um com um aparelho eletrônico”, disse a juíza.

Uma lei que proíba o uso de celulares em escolas foi defendida pelo Fórum Nacional da Justiça da Infância e Juventude (FONAJUV) e encaminhada ao Senado Federal. Na semana passada, a prefeitura do Rio de Janeiro lançou uma consulta pública para ampliar a restrição desses aparelhos, que hoje estão proibidos nas salas de aula, e incluir o recreio e os intervalos.

Mas a medida é questionada por pedagogos, por ser considerada ineficaz e negligenciar os aspectos positivos do uso da tecnologia em favor do ensino e dos debates sociais.