Rio de Janeiro – A manifestação “Anistia Já”, convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (16), reuniu um público muito abaixo do esperado na orla de Copacabana. Organizado para pressionar pela anistia de envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, o evento não alcançou a estimativa inicial de 1 milhão de pessoas.
A transmissão oficial, que seria feita pelo canal do pastor Silas Malafaia no YouTube, sofreu atrasos e só começou por volta das 10h40, quase uma hora depois do previsto. O início estava marcado para as 9h45, mas a chegada de Bolsonaro ao local foi exibida apenas por canais alternativos.
Público abaixo do esperado
O ex-presidente esperava reunir 400 mil pessoas para criar uma imagem de força política e reforçar sua narrativa de perseguição. No entanto, os manifestantes ocuparam menos de três quadras da praia, e houve espaços vazios até próximos ao trio elétrico onde Bolsonaro discursou.
O ato contrastou com eventos anteriores organizados pela direita, que mobilizaram grandes multidões em Copacabana. Dessa vez, o público foi bem menor, frustrando os organizadores.
Aliados ausentes e discurso de perseguição
A ausência de figuras de destaque no bolsonarismo chamou atenção. Michelle Bolsonaro, esposa do ex-presidente, não compareceu, alegando repouso após um procedimento estético. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também não esteve presente, pois está nos Estados Unidos e teme ter o passaporte cassado se voltar ao Brasil.
Outros nomes como Pablo Marçal (PRTB), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Caroline de Toni (PL-SC) também não participaram. A baixa adesão de aliados reforçou a percepção de isolamento político de Bolsonaro.
Mesmo diante do cenário desfavorável, apoiadores levaram cartazes com frases como “Anistia Já” e “Liberdade para os presos políticos”. Bolsonaro tenta reverter sua inelegibilidade até 2030 e usa esses eventos para fortalecer sua base.
Malafaia critica STF e Moraes
O pastor Silas Malafaia, um dos principais articuladores da manifestação, discursou atacando o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes. Malafaia acusou o Judiciário de perseguir opositores e exigiu a libertação dos condenados pelo 8 de janeiro.
Mesmo com o tom crítico, o evento revelou dificuldades para Bolsonaro mobilizar apoiadores e manter sua relevância política. O projeto de anistia aos presos dos atos golpistas segue parado no Congresso e depende do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para ser pautado.
Entenda o caso: Anistia para presos do 8 de janeiro
- Objetivo do ato: Manifestação pedia anistia para os envolvidos na invasão das sedes dos Três Poderes em 2023.
- Público esperado: Organizadores projetavam 1 milhão de pessoas, mas a adesão foi muito menor.
- Ausências: Michelle Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e outros aliados não compareceram.
- Discurso de Bolsonaro: O ex-presidente reforçou a narrativa de perseguição política.
- Futuro da anistia: Projeto segue parado no Congresso e sem previsão de votação.