Articulação

Grupos de direita voltam às ruas do Rio para pedir impeachment de Moraes

Procurador Mariano argumenta que tais medidas contra a rede social X, violam o Marco Civil da Internet e o Código de Processo Civil

Procurador Mariano - Foto: Paulo Monteiro / Diário Carioca
Procurador Mariano - Foto: Paulo Monteiro / Diário Carioca

A direita brasileira se prepara para mais uma “investida” contra o Supremo Tribunal Federal (STF) no próximo 7 de setembro, em Copacabana, no Rio de Janeiro, onde manifestantes devem se reunir para pedir o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

Hello Bet
Hello Bet

O ato, que ocorrerá na Avenida Atlântica às 9h, é organizado por diversos grupos ligados a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo o procurador Mariano, candidato a vereador pelo Partido Novo.

Procurador Mariano e Rafael Hatab - Foto: Paulo Monteiro / Diário Carioca
Procurador Mariano e Rafael Hatab – Foto: Paulo Monteiro / Diário Carioca

A campanha pelo impeachment de Moraes é alimentada por uma série de acusações de abuso de autoridade e supostas violações à liberdade de expressão. Mariano, que apresentou duas notícias-crime contra o ministro, alega que Moraes tem agido de forma autoritária desde 2019.

“O Novo, como partido, tem se posicionado contra essas arbitrariedades e apresentado diversos mecanismos para combater isso, como a CPI de abuso de autoridade e o pedido de impeachment”, afirmou Mariano.

Mariano critica especialmente a atuação de Moraes em casos envolvendo o bloqueio da rede social X (antigo Twitter) e a imposição de multas de R$ 50 mil por dia para usuários que baixarem VPNs para acessar a plataforma.


LEIA TAMBÉM

Ele argumenta que tais medidas violam o Marco Civil da Internet e o Código de Processo Civil, acusando o ministro de aplicar punições a toda a sociedade brasileira, incluindo pessoas que não fazem parte dos processos judiciais.

Procurador Mariano - Foto: Paulo Monteiro / Diário Carioca
Procurador Mariano – Foto: Paulo Monteiro / Diário Carioca

Rafael Hatab, um dos organizadores do movimento, reforça as críticas, acusando o judiciário de descumprir suas próprias leis.

“O que a gente percebe é que estão construindo uma narrativa de que o Elon Musk não está cumprindo a lei. No nosso caso, o judiciário está descumprindo a própria lei”, disse Rafael, em referência à recente suspensão do X no Brasil, determinada por Moraes.

Além de questionar a legalidade das decisões de Moraes, os organizadores da manifestação argumentam que o ministro estaria interferindo na independência entre os três poderes.

Rafael acusa Moraes de “legislar” a partir do judiciário, algo que, segundo ele, compromete o equilíbrio entre os poderes. “Hoje, os três poderes não são mais independentes. O judiciário, através da figura do Alexandre de Moraes, está criando leis e criando regras. O que a gente quer é que o Senado cumpra seu papel e faça valer os três poderes”, criticou Rafael.

Procurador Mariano - Foto: Paulo Monteiro / Diário Carioca
Procurador Mariano – Foto: Paulo Monteiro / Diário Carioca

Apesar do apelo pela união de diferentes forças políticas, a manifestação carrega um forte tom bolsonarista, com Mariano buscando apoio de representantes de outras legendas, como o PL, além de movimentos cívicos e sociais.

“Estamos pedindo a volta do X e a suspensão da multa de R$ 50 mil. É uma violação clara de liberdade de expressão e de imprensa com a suspensão do X e essa multa”, afirmou Mariano, que vê a medida como uma tentativa de silenciar milhões de brasileiros.

A manifestação do dia 7 de setembro ocorre em um contexto de crescente tensão entre o STF e setores da direita, alimentada por uma série de decisões judiciais vistas como autoritárias pelos críticos do tribunal.

Com um discurso que mistura ataques diretos a Moraes e uma defesa da liberdade de expressão, os organizadores do ato esperam mobilizar uma ampla base de apoiadores, embora enfrentem desafios consideráveis para concretizar o impeachment do ministro no Senado.

O evento em Copacabana será uma das várias manifestações planejadas para o feriado, com atos semelhantes previstos para outras cidades, incluindo São Paulo, onde Bolsonaro deve marcar presença na Avenida Paulista.

Enquanto os ânimos se acirram, a manifestação pelo impeachment de Alexandre de Moraes sinaliza mais uma tentativa da direita de desafiar o STF e questionar seu papel no atual cenário político brasileiro.