O ex-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando de Souza, conhecido como Pezão (MDB-RJ), recebeu a maioria dos votos na disputa pela prefeitura de Piraí, na Região do Médio Paraíba, neste domingo (6).
Com 100% das urnas apuradas, Pezão obteve 58,58% dos votos válidos, superando o adversário Arthur Tutuca. No entanto, ele está sub judice e aguarda a decisão da Justiça para saber se poderá assumir o cargo.
Essa situação levanta questionamentos sobre a elegibilidade e o processo eleitoral no Brasil.
A justificativa para sua inelegibilidade decorre de uma condenação por improbidade administrativa relacionada aos anos de 2014 e 2015. Apesar de ter sido absolvido em outros casos relacionados à Operação Lava-Jato, sua situação legal ainda gera incertezas que afetam sua capacidade de assumir um cargo público.
Pezão começou sua trajetória política em Piraí, onde foi eleito vereador em 1983 e, posteriormente, prefeito da cidade em 1997. A experiência política do ex-governador inclui também o cargo de vice-governador do estado do Rio de Janeiro durante os mandatos de Sérgio Cabral e a governança entre 2014 e 2018.
Sua prisão em 2018, sob a acusação de corrupção, e a condenação de 98 anos de prisão, que depois foi anulada, não impediram que ele retornasse ao cenário político.
A vitória de Pezão, mesmo com sua trajetória marcada por questões judiciais, pode ser vista como uma expressão de apoio popular. O ex-governador declarou que estava satisfeito em retornar à sua cidade, prometendo trabalho e propostas para a população.
“É uma alegria imensa estar retornando à minha cidade. Nós temos ideias, trabalhos e propostas para apresentar. Vamos lutar para sermos o melhor em tudo. O maior orgulho que eu tive na vida foi ter sido prefeito de Piraí. Sempre falei isso, não estou falando agora não”, disse o ex-governador durante uma convenção do MDB no início da campanha.
LEIA TAMBÉM
Sua candidatura, respaldada por uma coalizão de nove partidos, incluindo o PT (do presidente Lula), reflete a mobilização política em torno de sua figura, mas também suscita reflexões sobre a percepção da sociedade em relação à ética e à governança.
Diante disso, a pergunta que persiste é: como uma pessoa considerada inelegível consegue obter a maioria dos votos em uma eleição?
Essa questão não apenas reflete a dinâmica política local, mas também aponta para a necessidade de um debate mais amplo sobre os critérios de elegibilidade e a relação entre a justiça e o processo eleitoral no Brasil.
