Rio de Janeiro – A afirmação do governador Cláudio Castro de que o Itamaraty enviou um ofício só depois de “avacalhar” os policiais militares que abordaram os filhos de diplomatas negros foi mal recebida pelo órgão, informa a colunista Bela Megale, do jornal O GLOBO.
O que você precisa saber
Crítica de Castro: O governador criticou o Itamaraty por supostamente desrespeitar os policiais militares.
Resposta do Itamaraty: O órgão afirma que cumpriu seu dever ao pedir desculpas formais e exigir investigação.
Ofício do Itamaraty: Enviado um dia após o episódio, o documento solicitava apuração rigorosa e celeridade no caso.
Detalhes do incidente
Abordagem policial
Policiais militares abordaram filhos de diplomatas do Canadá, Burkina Faso e Gabão no Rio de Janeiro, inclusive com armas. O caso é investigado pela Corregedoria da Polícia Militar e pela Polícia Civil para apurar se houve racismo na abordagem.
Reação do Itamaraty
O Itamaraty enviou um ofício ao governador Cláudio Castro pedindo a apuração do caso “com rigor e celeridade”. O chanceler Mauro Vieira lembrou no comunicado que o governo federal e o Itamaraty têm responsabilidades em relação ao corpo diplomático estrangeiro no Brasil.
Posição do Itamaraty
Trecho do ofício
“O episódio constitui violação a obrigações internacionais do Brasil, representando descumprimento das inviolabilidades pessoais de que usufruem dependentes de agentes diplomáticos acreditados. Por serem filhos menores de diplomatas estrangeiros a serviço de seus países no Brasil, os menores não podem ser objeto de revista corporal ou obrigados a prestar depoimentos”, afirma o ofício assinado por Mauro Vieira.
Avaliação do Itamaraty
Membros do Itamaraty consideram que a exigência de celeridade das investigações e o pedido público de desculpas aos diplomatas não são “avacalhar”, mas sim “civilidade” e “zelo” pela imagem do Rio de Janeiro.