O prefeito Eduardo Paes abriu, nesta quinta-feira (14), o U20 Rio Summit, evento global que reúne 87 prefeitos e delegações de mais de 100 cidades do mundo para debater questões como sustentabilidade, mudanças climáticas e o futuro das cidades.
A conferência, realizada pela primeira vez no Brasil, ocorre às vésperas da Cúpula dos Líderes do G20, no Armazém da Utopia, na Zona Portuária da cidade do Rio.
Em seu discurso, Paes destacou a urgência de ações globais e locais para enfrentar desafios climáticos e sociais.
“Quando estamos lidando com as mudanças climáticas, com o combate à fome, à pobreza e à desigualdade, o tempo de agir é agora. Se olharmos para nossos relógios e calendários, veremos que nosso prazo já se esgota”, afirmou.
O prefeito ressaltou que 2024 já é considerado o ano mais quente da história e que as metas do Acordo de Paris exigem esforços imediatos.
“Temos pouco mais de cinco anos e meio para recuperarmos o atraso e nos realinharmos às metas. A verdade é que, cronologicamente, estamos ficando para trás. Ainda assim, aqui estamos, em um momento de transformação, em um tempo de ação”, disse o prefeito.
Paes também mencionou a desigualdade global, o impacto da concentração de riqueza e a necessidade de tornar acessíveis as novas tecnologias, como a inteligência artificial. Ele defendeu que as cidades, onde vive a maior parte da população mundial, têm um papel essencial nesse processo.
“Os centros urbanos geram 80% do PIB global e são responsáveis por 70% das emissões de carbono. É nas cidades que vamos perder ou vencer a batalha climática”, disse, citando o secretário-geral da ONU, António Guterres.
A entrega de um comunicado com reivindicações das cidades ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi apontada como um marco histórico.
“Nossa mensagem é clara: as cidades precisam ser reconhecidas como atores políticos centrais e devem ter um papel robusto na governança global”, declarou. Ele também reforçou a necessidade de reforma na arquitetura financeira global para garantir os recursos necessários às cidades.
Com cerca de 6.000 inscritos e mais de 80 sessões programadas, o U20 será um espaço para apresentar avanços e discutir soluções para problemas urbanos.
“Queremos fazer ecoar na Cúpula do G20 nossos anseios e esforços por um mundo mais justo e sustentável. Já é tempo de agirmos”, concluiu Paes.