Rio de Janeiro – O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro retomou, nesta sexta-feira (14), o julgamento de Fábio Pirineus da Silva e Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, acusados de envolvimento na morte do congolês Moïse Kabagambe. O crime ocorreu em 2022, em um quiosque na Praia da Barra da Tijuca. A sessão, iniciada na quinta-feira (13), foi suspensa após mais de 12 horas de julgamento.
Ambos são julgados por homicídio triplamente qualificado e foram interrogados no primeiro dia do julgamento. No entanto, optaram por responder apenas às perguntas de suas respectivas defesas e dos jurados. O terceiro envolvido no caso teve o processo separado e ainda aguarda a definição da data do julgamento.
Julgamento segue para fase final
Na sessão desta sexta-feira, o Ministério Público do Rio de Janeiro, a assistência de acusação e a defesa dos réus apresentam suas alegações. Cada uma das partes tem até duas horas e meia para expor seus argumentos. Como o caso está sendo julgado por júri popular, após as manifestações, os jurados se reúnim para decidir sobre a condenação ou absolvição dos acusados. A previsão é que o veredicto saia ainda nesta sexta-feira.
O crime
Em janeiro de 2022, Moïse Kabagambe, refugiado congolês de 24 anos, foi morto de forma brutal. Ele foi amarrado e espancado com pedaços de madeira por cinco homens, após cobrar pagamentos atrasados por serviços prestados no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca.
O crime foi registrado por câmeras de segurança e gerou revolta e protestos em todo o país. A investigação da polícia concluiu que o ataque foi deliberado e extremamente violento, resultando na prisão dos três suspeitos que aguardam julgamento.
Homenagem e repercussão
Em 2024, Moïse Kabagambe foi homenageado com a Medalha Tiradentes póstuma, a mais alta honraria concedida pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Durante a cerimônia, sua mãe e seu irmão agradeceram pela homenagem, destacando a importância de manter a memória de Moïse viva e de pressionar por justiça.
A morte de Moïse também provocou debates sobre xenofobia, racismo e violência contra imigrantes no Brasil. Movimentos sociais e organizações de direitos humanos continuam acompanhando o caso de perto.
Entenda o caso Moïse Kabagambe
- O crime: Moïse foi morto em 2022, após cobrar pagamentos atrasados em um quiosque no Rio de Janeiro.
- Os acusados: Fábio Pirineus e Aleson Fonseca são julgados por homicídio triplamente qualificado.
- Júri popular: O julgamento teve início na quinta-feira (13) e segue nesta sexta (14), com previsão de sentença.
- Repercussão: O caso gerou protestos e discussões sobre racismo e violência contra imigrantes no Brasil.
- Homenagem: Moïse recebeu a Medalha Tiradentes póstuma em 2024.