Marielle Franco: 7 anos sem respostas e luta por justiça

Missa em memória de Marielle e Anderson Tomaz Silva/Agência Brasil

Rio de Janeiro A Praça Mário Lago, no Centro do Rio de Janeiro, foi palco de um ato em memória da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, assassinados em 14 de março de 2018. A homenagem reuniu familiares, amigos e ativistas, que reforçaram a luta por justiça e reafirmaram a importância do legado deixado por Marielle.

“Sim, [a data] tem um significado de olhar para um futuro”, afirmou a irmã de Marielle, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. “A gente sempre fala que justiça mesmo seria se ela estivesse conosco. Esse olhar para um futuro, para as novas gerações, para que não se esqueçam do que passou, para não cometermos os mesmos erros é essencial”, completou.

Crime e investigação

O carro onde estavam Marielle e Anderson foi alvejado por 13 tiros na noite de 14 de março de 2018, no bairro do Estácio. Os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados pelo duplo homicídio em outubro de 2024. No entanto, a família e os apoiadores seguem cobrando punição para os mandantes.

Em março de 2024, a Polícia Federal prendeu os supostos mandantes do crime: o deputado federal Chiquinho Brazão, o conselheiro do TCE-RJ Domingos Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa. Os três são réus no Supremo Tribunal Federal (STF), que determinará as responsabilizações.

“Não vamos parar enquanto todos não forem punidos”

A mãe de Marielle, Marinete da Silva, destacou a importância da continuidade da luta. “Estamos aqui para continuar nessa luta. É importante que esses mandantes também sejam penalizados. Não vamos parar enquanto todos não forem punidos pelo que fizeram”, afirmou.

O pai da vereadora, Antonio Francisco da Silva Neto, criticou a demora na cassação do mandato de Chiquinho Brazão, preso desde março de 2024. “Isso é um escárnio para a sociedade brasileira”, declarou.

Luta coletiva e novas gerações

Durante o ato, a filha de Marielle, Luyara Santos, reforçou a importância da mobilização. “Se a gente está aqui hoje de pé, é porque vocês agarraram nossas mãos”, disse.

A escritora Pâmella Passos, amiga de Marielle, também participou da homenagem. Ela lançará o livro infantil “A História de Marielle Franco”, que busca apresentar a trajetória da vereadora para novas gerações. “A ideia é que cada criança, e também adultos, se identifiquem com a história de Marielle”, explicou.


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Festival e homenagens

O Festival Justiça Por Marielle e Anderson! também marca a data. O evento ocorre na Praça da Pira Olímpica, no Centro do Rio, com shows, oficinas e apresentações culturais. Entre as atrações confirmadas estão Tássia Reis, Rashid, MC Carol e Bnegão.

O caso Marielle Franco

  • Marielle Franco e Anderson Gomes foram assassinados em 14 de março de 2018.
  • Os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados pelo crime em outubro de 2024.
  • Em março de 2024, a Polícia Federal prendeu os supostos mandantes: Chiquinho Brazão, Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa.
  • Os três são réus no STF e aguardam julgamento.
  • Familiares e ativistas seguem cobrando justiça e punição dos mandantes.
  • O legado de Marielle continua inspirando a luta por direitos humanos e igualdade.