Milicianos armados com fuzis e pistolas foram flagrados no último domingo (13), em Rio das Pedras, durante a transmissão de Flamengo x Grêmio. O vídeo, exibido na segunda-feira (14) pelo RJ2, mostra os criminosos circulando entre moradores, exigindo pagamentos ilegais e mantendo o controle da região com intimidação.
As imagens revelam a atuação da milícia durante um momento de lazer da comunidade. A gravação destaca três homens armados. Um carrega uma pistola e dois portam fuzis. Eles aparecem cercando moradores e comerciantes que assistiam ao jogo, evidenciando o clima de tensão e medo imposto pelo grupo.
Criminosos cobram por segurança e circulação
Segundo denúncias de moradores, os milicianos instalaram portões ilegais em pontos estratégicos da comunidade. O grupo passou a cobrar R$ 400 pela chave desses portões e impôs uma mensalidade de R$ 50 por residência, com pagamento em dinheiro.
“Quem não paga, ainda sofre com ameaças, com arma na cara e humilhação na frente da família”, disse um morador sob anonimato. A cobrança acontece sempre entre os dias 1º e 10 de cada mês.
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Comerciantes também são alvo da extorsão
Além dos moradores, comerciantes enfrentam extorsões semanais. O valor varia entre R$ 50 e R$ 350, conforme o porte do negócio.
A milícia também cobra 10% sobre cada mercadoria vendida, além de controlar os serviços básicos da região, como gás, energia, água, internet e TV por assinatura.
Ação da prefeitura tenta retomar espaço público
Em resposta ao vídeo, a Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Ordem Pública, realizou uma operação no mesmo dia. A ação removeu cinco portões irregulares, sendo três localizados na Avenida Engenheiro Souza Filho.
Segundo o secretário Brenno Carnevale, a operação visa “desobstruir o espaço público” e garantir o direito de ir e vir da população.
Polícia investiga milícia e busca responsáveis
O caso está sendo investigado pelo delegado Marcos André Buss, que coordena as ações contra o grupo.
“Nosso objetivo é tirar de circulação essas pessoas que estão praticando extorsões na comunidade”, afirmou o delegado.
Ele também destacou o impacto psicológico nos moradores. “Basta olhar a expressão dos moradores, atemorizados”, concluiu.
Com informações do g1.