Milicianos cobram taxa de mudança e controle total na Zona Oeste

Paramilitares impõem pagamentos sobre obras, reformas e serviços
14 de março de 2025
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Milicianos na Colônia Juliano Moreira cobram taxa de mudança e até por reformas. Moradores denunciam extorsão crescente na Zona Oeste do Rio.
Milicianos na Colônia Juliano Moreira cobram taxa de mudança e até por reformas. Moradores denunciam extorsão crescente na Zona Oeste do Rio.

Rio de Janeiro Moradores da Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, denunciam novas cobranças impostas por milicianos. A quadrilha, que já extorquia comerciantes e prestadores de serviço, agora exige uma taxa para mudanças e vendas de imóveis. Além disso, assumiu o controle da associação de moradores e cobra por água, luz e gás.

Os paramilitares também impuseram uma “taxa de reforma”, proibindo qualquer obra sem pagamento prévio. A região é alvo de disputa entre traficantes e milicianos, aumentando a violência.

Cobranças abusivas

Moradores relatam que a taxa de mudança chega a 20% do valor do imóvel vendido. Caso o antigo dono não pague, o novo comprador é obrigado a arcar com a cobrança. “Se você vai vender a casa, precisa dar parte do valor para eles”, afirmou um morador.

A situação se agravou com a tomada das associações de moradores pelos criminosos. “Agora, eles controlam tudo e cobram até pelo fornecimento de água, luz e gás”, denuncia outro residente.


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Taxa sobre reformas e pequenos comércios

Além da “mensalidade” de R$ 70, qualquer reforma em residências também exige pagamento. “Se o morador quiser levantar um muro ou pintar a casa, precisa pagar. Se eles virem, cobram imediatamente”, explicou uma vítima.

Até mesmo vendedores ambulantes são extorquidos. “Quem vende cachorro-quente paga R$ 50 ou R$ 80 por semana. Até vassoureiros são obrigados a pagar cinquenta reais”, relatou um comerciante local.

Região é palco de disputas violentas

A Colônia Juliano Moreira abriga 21 mil habitantes e possui oito associações de moradores. Em fevereiro, o presidente da associação, Fabio Paulo Ramalho, foi assassinado a tiros. Segundo a Delegacia de Homicídios, ele participava da cobrança de taxas e foi morto por um grupo rival.

Dias após o crime, a polícia realizou uma operação na localidade Dois Irmãos e prendeu três suspeitos.

Entenda o caso: cobranças ilegais na Zona Oeste

  • Milicianos cobram taxa de até 20% sobre venda de imóveis
  • Mudanças só são autorizadas mediante pagamento
  • Obras e reformas precisam ser aprovadas e pagas aos criminosos
  • Comerciantes sofrem extorsão semanal
  • Presidente de associação foi morto em disputa entre grupos
  • Operação policial prendeu três suspeitos em fevereiro

Redacao

Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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