Rio de Janeiro – Mônica Benício está no centro das articulações do PSOL para a disputa do governo do Rio de Janeiro em 2026.
A vereadora, viúva de Marielle Franco, não só manteve viva a memória da companheira brutalmente executada em 2018, como também consolidou sua própria trajetória como uma das vozes mais combativas da esquerda carioca. Agora, é apontada como nome de consenso para liderar a sigla numa eleição que promete ser marcada pelo confronto direto com o bolsonarismo fluminense.
Reeleita vereadora em 2024 com mais de 25 mil votos, Mônica não esconde sua prioridade atual: seguir atuando no Legislativo municipal, cobrando justiça para Marielle e Anderson. Mas, nos bastidores, seu nome ganha força como alternativa às candidaturas de Eduardo Paes, o camaleão da velha política fluminense, e do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, uma cria do bolsonarismo local que deve contar com o apoio do próprio Jair Bolsonaro.
Bacellar, aliás, vem sendo tratado como peça-chave para a retomada da máquina do Estado pelo bloco conservador que dominou o Palácio Guanabara nas últimas décadas. Ao se alinhar com o ex-presidente, o deputado assume de vez a agenda autoritária e ultraconservadora que mergulhou o Rio em uma sucessão de escândalos, milícias e retrocessos.
Mônica Benício, por outro lado, tem construído sua trajetória a partir da defesa intransigente dos direitos humanos, das mulheres e da população LGBTQIA+. Entre suas principais iniciativas legislativas está o Programa Municipal de Enfrentamento ao Feminicídio, aprovado em 2022, mas ainda empacado na gaveta da gestão atual.
“Minha prioridade é seguir honrando o mandato para o qual fui eleita e lutar por justiça para Marielle e Anderson. Mas o PSOL vai apresentar uma candidatura própria, como sempre fez, e essa decisão será coletiva”, afirmou a vereadora em entrevista recente. O nome dela tem o apoio de pesos-pesados da legenda, como o deputado Tarcísio Motta, candidato à prefeitura nas últimas eleições.
PSOL busca unidade contra retrocessos
O partido pretende usar 2025 para ampliar o diálogo com movimentos sociais, organizações populares e a base militante nas periferias. A ideia é consolidar um programa de governo que enfrente os pilares do caos fluminense: a desigualdade brutal, a militarização racista da segurança pública, a precarização dos serviços essenciais e a farra do capital imobiliário.
Não é só sobre eleger um nome: é sobre derrotar um projeto de poder que naturalizou a violência e institucionalizou os interesses das elites mais retrógradas. Neste contexto, Mônica Benício aparece como uma figura com capacidade simbólica, histórica e programática para liderar essa virada.
O Carioca esclarece
Quem é Mônica Benício?
É vereadora pelo PSOL no Rio, arquiteta e ativista de direitos humanos. Viúva de Marielle Franco, foi reeleita em 2024 com mais de 25 mil votos.
Por que o nome dela ganha força em 2026?
Por sua atuação combativa, coerência programática, capacidade de aglutinar movimentos sociais e resistência simbólica ao bolsonarismo.
Qual o impacto de sua possível candidatura?
Pode oferecer uma alternativa à polarização entre velhas estruturas do centro e a nova roupagem do autoritarismo.
Como isso afeta a democracia?
Ao disputar o poder estadual com um projeto de esquerda radicalmente comprometido com os direitos humanos, fortalece a democracia participativa e combativa.

