Edital do Maracanã: Ganime pede impugnação das regalias do governo do Rio&nbsp

O deputado federal e candidato ao governo do estado do Rio de Janeiro pelo NOVO, Paulo Ganime, pediu a impugnação nesta quarta-feira (24) do edital de licitação do Complexo Maracanã

O deputado federal e candidato ao governo do estado do Rio de Janeiro pelo NOVO, Paulo Ganime, pediu a impugnação nesta quarta-feira (24) do edital de licitação do Complexo Maracanã. Ganime contesta uma série de regalias incluídas no edital pelo governo do Rio, o que deverá encarecer o preço dos ingressos, restringindo ainda mais o acesso da população aos jogos no Maracanã e aos eventos no Maracanãzinho. A solicitação foi feita à presidência da Comissão de Licitação. 

O edital prevê que, em dias de jogos, o futuro gestor do complexo coloque à disposição do governo do estado, sete camarotes com visão central do gramado e bufê liberado, 40 vagas de estacionamento, 200 ingressos, além de 60 entradas para eventos no Maracanãzinho. Sem ônus para o Estado.  

Segundo Ganime, as despesas para custear as mordomias serão pagas pelos frequentadores dos jogos e eventos. Além disso, o aumento dos custos impõe uma redução de receita aos futuros gestores, sem que haja uma correlação entre essas exigências feitas pelo governo e a melhoria na gestão do Complexo Maracanã. O deputado aponta ainda que a falta de documentos anexados ao edital deixa uma lacuna e impede que sejam esclarecidos os reais motivos que levaram o governo a definir os números de assentos reservados e ingressos de livre distribuição. 

“O edital entrega ao governo estadual o poder de distribuir milhares de ingressos aos seus pares. O curioso é que se optou por subsidiar a compra de ingressos justamente em benefício daqueles que não necessitam de auxílio para frequentar os estádios. Cada vez mais, o Maracanã, que já nos deu tantos momentos de alegria e guarda histórias incríveis dos nossos maiores craques do futebol, restringe o acesso de torcedores e suas famílias aos jogos. Não podemos continuar assistindo impassíveis que o Maracanã, que é do povo, seja usado à mercê de interesses políticos”, destaca o deputado. 

Além da impugnação, Ganime pede esclarecimento sobre dois pontos principais. O primeiro trata do “direito de uso exclusivo e sem ônus das Tribunas de Honra no Maracanã e no Maracanãzinho pelo governo do estado em todos os eventos ali realizados”. O deputado solicita que seja apresentada a previsão de gastos com as regalias para uso exclusivo das autoridades, a fim de esclarecer os motivos para tais exigências. E pede que esse ponto seja alterado, uma vez que essas mordomias encarecem o contrato de concessão e não demonstram uma necessidade pública. 

O segundo item diz respeito ao uso das cadeiras cativas sob a gestão hoje do Estado. Ganime quer que o governo esclareça o quantitativo a ser colocado para uso do Estado, as formas de exploração, os motivos para destinação às autoridades, os impactos da opção pública sobre o contrato de concessão. “O tratamento privilegiado dado ao governo desconsidera os escândalos de uso de cadeiras cativas pelo governo Witzel, cuja prática nos anos pré-pandemia foi de uso dos camarotes pelos políticos, de maneira desvinculada do interesse público”, acrescenta o deputado. 

O edital para concessão do Complexo Maracanã foi lançado pelo governo do Rio no fim de julho.  A licitação está marcada para o dia 27 de outubro e o vencedor poderá explorar o complexo pelos próximos 20 anos