No RJ, ato em memória de Débora Moraes acende velas pelo fim da violência contra as mulheres

Nesta quarta-feira (14), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realizou no centro do Rio de Janeiro um ato em memória de Débora Moraes, vítima de feminicídio em Porto Alegre esta semana. A jovem integrava a coordenação do movimento na capital gaúcha e foi assassinada pelo marido, preso na cena do crime. 

O ato no Rio reuniu militantes de movimentos populares pelo fim da violência contra mulher no Buraco do Lume, junto à estátua de Marielle Franco, na Praça Mário Lago, no final da tarde. As manifestantes acenderam velas e deixaram cartazes com pedidos de justiça no local, formando um memorial em homenagem a Débora.

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Com a palavra de ordem “Débora presente”, as mulheres entoaram dados sobre o feminicídio no Brasil: uma mulher é morta a cada seis horas e meia, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, na maioria dos casos o autor é o companheiro ou ex-companheiro. 

Suelen Sousa, da coordenação estadual do MAB, abriu o ato com uma fala emocionada sobre a necessidade de combater a violência doméstica que vitimou Débora.

“A forma mais brutal de uma mulher morrer é dentro da sua própria residência. Não podemos aceitar perder todos os dias, no mínimo, três mulheres vítimas de feminicídio”, pontuou. 

Já Maíra Marinho, da coordenação nacional do Levante Popular da Juventude, afirmou que a luta contra o machismo é papel de todos.

“Perder uma companheira vítima de uma violência dentro da sua casa, demonstra que nós mulheres não estamos seguras em nenhum espaço. É fundamental que nós mulheres, e os homens, estejamos à frente da luta contra o machismo que tanto destrói”, disse Maíra.

Estavam presentes no ato desta quarta-feira (14), além do MAB e Levante Popular da Juventude, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), a Consulta Popular, o Movimento de Mulheres Olga Benário, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento Brasil Popular.

Em nota, o MAB afirma que o ódio contra mulheres no Brasil “encontra expressão no governo de Jair Bolsonaro”. E que Débora será lembrada como uma mulher alegre e aguerrida, prestativa com os moradores da comunidade, e que se colocava na linha de frente da luta por justiça. 

“Exigimos das autoridades justiça e politicas de proteção às mulheres. Queremos o fim deste governo genocida, racista, misógino e LGBTfóbico e lutamos por direitos iguais e uma cultura de paz”, diz o texto. Débora Moraes deixa uma filha de seis anos.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Jaqueline Deister