Operação policial nos Complexos da Penha e Alemão (RJ) causa medo e apreensão em moradores

Moradores dos Complexos da Penha e Alemão, na zona Norte do Rio de Janeiro, enfrentam mais uma manhã de medo e apreensão. Uma operação conjunta do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) com policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) e apoio de equipes das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) para prender líderes locais do crime organizado e criminosos de outros estados está em curso nas duas comunidades. 

A  Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que durante as incursões, os policiais foram alvos de disparos efetuados por um grupo de homens armados escondidos na parte alta da região e removeram diversas barricadas montadas nos principais acessos a essas localidades.

Segundo a nota enviada ao Brasil de Fato, um fuzil e drogas, a serem contabilizadas, foram apreendidos pelos agentes. Sobre feridos na operação, a PM disse que os policiais foram informados que três homens deram entrada no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. Dois deles não resistiram aos ferimentos.  

As ocorrências estão sendo registradas inicialmente na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (DRACO/IE).

Impacto

De acordo com o jornal Voz das Comunidades, relatos de moradores apontam que pelo menos uma pessoa foi morta até o momento na região do Brizolão da Penha. A reportagem afirma que moradores não conseguiram sair de casa para trabalhar.

O Brasil de Fato apurou que 36 escolas municipais precisaram ser fechadas por conta da operação. A medida afetou 11.065 estudantes. 

Segundo a nota enviada à reportagem, a Secretaria Municipal de Educação informou que na região do Complexo da Penha, 17 unidades escolares foram impactadas, afetando 5.411 alunos. Já na região do Complexo do Alemão, 19 escolas foram fechadas, impactando 5.654 alunos.

A Secretaria de Estado de Educação salientou que, até o momento, nenhuma unidade precisou ser fechada na região.

“A Seeduc esclarece que a direção das unidades escolares possui autonomia para tomar as providências necessárias para garantir a integridade física de seus alunos, professores e funcionários”, explicou por meio de nota. 

Um ano depois

A operação desta quarta-feira (24) ocorre exatamente um ano depois da incursão policial na Vila Cruzeiro, no bairro da Penha, que deixou 25 pessoas mortas. 

A ação conjunta do BOPE, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, foi a segunda operação policial mais letal da cidade do Rio de Janeiro, atrás apenas da Chacina do Jacarezinho, ocorrida um ano antes.

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A vereadora Mônica Cunha (Psol) usou as redes sociais para relembrar o caso e criticar a política de segurança adotada pelo governador Claudio Castro (PL). 

Edição: Jaqueline Deister