Prefeitura do Rio entrega segundo trecho da Naturalização da Lagoa Rodrigo de Freitas

Área naturalizada devolve cerca de mil metros quadrados ao local, na altura do Parque dos Patins

Redacao
Por Redacao
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A Prefeitura do Rio, por meio da Subprefeitura da Zona Sul e da Fundação Rio-Águas, entrega nesta sexta-feira (25/10) a segunda área naturalizada da Lagoa Rodrigo de Freitas, na altura do Parque dos Patins. Após as obras, cerca de mil metros quadrados estão sendo devolvidos à natureza. A ciclovia foi desviada e deu lugar a uma área verde, com espécies nativas.

Para marcar a inauguração, cerca de 40 alunos da Escola Municipal Manuel Cícero, da Gávea, tiveram a oportunidade de fazer uma visita guiada no local, plantar mudas de brejo e restinga na área e ainda ganharam uma aula de Ecologia com o biólogo Mario Moscatelli. 

“A entrega desta segunda fase é uma ação da Prefeitura do Rio que devolve à natureza o que lhe é de direito. Estamos entregando cerca de 2.500 metros quadrados de área naturalizada, ao longo de toda a lagoa. Esse projeto é um bom exemplo de solução baseada na ciência. Ontem, choveu bastante e não temos hoje aqui o que víamos antes, que era esse trecho alagado”, ressalta o subprefeito da Zona Sul, Bernardo Rubião. 

As espécies selecionadas para compor a área naturalizada são de brejo e restinga, como grama do mangue, samambaia do brejo, pitanga, clusia, sofora, guriri e aroeira. Um lago natural com água da própria lagoa passou a fazer parte da paisagem e já é apreciado pela família de capivaras que habita a região, com seis filhotes, e outros animais. São frangos d’água, socozinho, garça-branca-grande, garça-pequena-branca, gambá, bem-te-vi, João-de-barro, casaca-de-couro-na-lama, lavadeira mascarada, entre outros. A naturalização nessa etapa criou várias topografias diferenciadas na área visando provocar a presença de espécies animais diferenciadas, podendo ser as já existentes na Lagoa ou novas. 

“Estamos entregando mais uma fase deste projeto na Lagoa que é simbólico. Estamos devolvendo, ao todo, 2.500 metros quadrados para a Lagoa, que ao longo do tempo ela foi perdendo. Queremos expandir para outros lugares projetos como este, que enxergam de outra forma o alagamento, dando soluções baseadas na natureza para estas áreas e para que possamos ter uma cidade mais resiliente”, destacou o presidente da Fundação Rio-Águas, Wanderson Santos. 

Primeiro trecho de naturalização foi concluído em outubro de 2023

Depois de mais de 100 anos com sucessivos aterramentos, a Lagoa está voltando a crescer e ampliando a biodiversidade na região. O primeiro trecho na altura do Parque do Cantagalo naturalizou uma área de 1.500 metros quadrados e foi concluído em outubro do ano passado. As duas ações do projeto são iniciativas que vão ao encontro do modelo “Cidade-esponja”, utilizado para oferecer soluções baseadas na natureza às áreas inundáveis.

“Aqui temos o exemplo das cidades resilientes e de processos de preparar a cidade para o que está vindo em termos climáticos. Isso aqui é para agora”, apontou o biólogo Mario Moscatelli, que coordenou o projeto de naturalização ao lado da filha, a paisagista Carolina Moscatelli. “Nós utilizamos soluções baseadas na natureza para, em vez de esconder o alagamento, assumi-lo com este lago. É um incremento paisagístico para moradores e turistas, além de uma área segurada para fauna e mais incremento da flora”, pontuou Carolina.

Reforma dos deques do Parque dos Patins

No local, também, a Secretaria Municipal de Conservação realizou o reparo dos deques próximos à área naturalizada, com fixação e substituição das ripas de madeira e manutenção dos ferros do guarda-corpo. As melhorias nos deques eram uma demanda dos frequentadores, que os utilizam para contemplação da Lagoa Rodrigo de Freitas.

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