Protesto pede tombamento de quartel do DOI-Codi, no Rio de Janeiro

Rubens Paiva foi um dos presos políticos torturados no local

Redacao
Por Redacao
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Rio de Janeiro – 11 de janeiro de 2025 – Manifestantes se reuniram na Praça Lamartine Babo, na Tijuca, para exigir o tombamento do prédio do 1º Batalhão de Polícia do Exército, que abrigou o DOI-Codi, centro de repressão da ditadura militar. O evento marcou os 40 anos do Grupo Tortura Nunca Mais e reuniu entidades como a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a ONG Rio de Paz.

O ato, conduzido por Jorge Antônio Barros, sócio da ABI, contou com discursos de ex-presos políticos, familiares de vítimas e representantes de movimentos sociais. A preservação do local foi destacada como essencial para a memória histórica.

Local simboliza repressão e memória histórica

O prédio do 1º Batalhão abrigou o DOI-Codi entre 1970 e 1979, onde, segundo a Comissão Nacional da Verdade, ao menos 49 presos políticos foram mortos. Muitas dessas vítimas, incluindo Rubens Paiva, permanecem desaparecidas. Os manifestantes pedem o encerramento das atividades militares no local e sua transformação em museu.

Durante o protesto, o presidente da ABI, Octavio Costa, destacou a importância de preservar o espaço:

— Este local precisa ser um símbolo da luta pela memória e pela justiça. Não podemos aceitar o apagamento da história.

Arte como ferramenta de preservação

O sucesso do filme “Ainda Estou Aqui”, que retrata os horrores da ditadura, foi citado como um exemplo do poder da arte para manter viva a memória histórica. Trechos do filme foram gravados na própria ABI.

— A arte ajuda a construir debates e reforçar a importância de nunca esquecermos o passado — disse Octavio Costa.

Exigências apresentadas durante o ato

Os organizadores apresentaram demandas ao IPHAN e às autoridades locais. Entre os principais pedidos estão:

  • Tombamento do prédio: Reconhecimento do local como patrimônio histórico.
  • Encerramento das atividades militares: Retirada do 1º Batalhão do local.
  • Criação de um museu: Espaço dedicado à memória e aos direitos humanos.

Entenda o caso: DOI-Codi e a luta pela memória histórica

  • O que foi o DOI-Codi? Centro de repressão e tortura durante a ditadura militar.
  • Vítimas identificadas: 49 pessoas assassinadas, segundo a Comissão Nacional da Verdade.
  • Quem foi Rubens Paiva? Político desaparecido no local, retratado no filme “Ainda Estou Aqui”.
  • Demandas atuais: Tombamento, criação de um museu e encerramento das atividades militares.
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