Falsos positivos

Reconhecimento facial da PMERJ registra 10% de falsos positivos, alerta audiência pública na Alerj

Sistema utilizado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro é debatido em audiência sobre erros e melhorias no uso da biometria facial

Mecanismo já foi desencorajado por organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e sequer teve utilização nos Jogos Olímpicos de Paris - Justin Sullivan/Getty Images North America/AFP
Mecanismo já foi desencorajado por organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e sequer teve utilização nos Jogos Olímpicos de Paris - Justin Sullivan/Getty Images North America/AFP

Rio de Janeiro, 4 de setembro de 2024 – As abordagens realizadas pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) com o uso de reconhecimento facial apresentaram uma taxa de 10% de falsos positivos desde que o sistema foi implementado no início de 2024. A informação foi revelada durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), promovida pelas Comissões de Direitos Humanos e do Cumprimento das Leis (Cumpra-se).

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O debate focou no Projeto de Lei 2.476/24, que visa a criação de um relatório de impacto à proteção de dados nos sistemas de reconhecimento facial. O objetivo é aprimorar o uso da tecnologia, evitando injustiças, como destacou o major Agdan Fernandes, do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), que afirmou que a regulamentação pode ajudar a reduzir o índice de erros.

Resumo da Notícia:

  • O sistema de reconhecimento facial da PMERJ apresenta uma taxa de 10% de falsos positivos.
  • A tecnologia resultou em 330 prisões, mas gerou preocupações sobre erros e injustiças.
  • O debate sobre o Projeto de Lei 2.476/24 busca melhorias na proteção de dados pessoais e na eficácia do sistema.

Taxa de erros e sugestões de melhorias

Segundo o major Agdan Fernandes, o índice de falsos positivos gira em torno de 9% a 10%, mas ele ressaltou que procedimentos internos da corporação ajudam a mitigar esses erros. Ele também afirmou que o uso de reconhecimento facial é uma ferramenta em evolução, que precisa ser aperfeiçoada.

Durante a audiência, foram feitas 12 sugestões de alterações ao projeto, inclusive a proibição da prisão baseada exclusivamente no reconhecimento facial, semelhante à Lei 10.141/23, que proíbe prisões baseadas apenas em reconhecimento fotográfico.


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Impactos do racismo e casos de erro

A audiência também trouxe à tona preocupações sobre o impacto do sistema de reconhecimento facial em comunidades negras. Especialistas e participantes apontaram que a tecnologia frequentemente comete erros ao identificar pessoas negras, refletindo o racismo institucional.

Um caso destacado foi o de Daiane de Souza Melo, coordenadora de Promoção da Igualdade Racial de Nova Iguaçu, que foi identificada erroneamente como procurada pela Justiça. Daiane relatou sua experiência, expressando sua preocupação com o fato de a segurança pública não ser igual para todos.

Perguntas Frequentes sobre o uso de reconhecimento facial pela PMERJ

Qual o percentual de falsos positivos do sistema de reconhecimento facial da PMERJ?
O sistema apresentou uma taxa de 10% de falsos positivos desde sua implementação em 2024.

O que está sendo feito para melhorar o sistema?
A Alerj discute o Projeto de Lei 2.476/24, que visa aprimorar a proteção de dados e evitar que prisões sejam feitas apenas com base em reconhecimento facial.

Houve casos de erro relacionados ao racismo?
Sim, a audiência destacou casos em que o reconhecimento facial cometeu erros na identificação de pessoas negras, o que gerou críticas sobre o racismo institucional.