Fim das cantinas

Rio encerra serviço de cantinas em presídios após três décadas

Parentes de internos serão responsáveis por fornecer itens básicos

Secretária Maria Rosa Lo Duca Nebel anuncia encerramento das cantinas em presídios do Rio
Secretária Maria Rosa Lo Duca Nebel anuncia encerramento das cantinas em presídios do Rio - Foto: Reprodução

Rio de Janeiro – Após três décadas de exploração de cantinas do sistema penitenciário fluminense por empresas privadas, o serviço chega ao fim. A Secretaria de Administração Penitenciária do Rio (Seap) deu prazo de 10 dias, contados a partir desta terça-feira, para que as cinco responsáveis por comercializar produtos dentro dos 46 presídios zerem seus estoques. De acordo com a Seap, caberá aos parentes de internos levar a cesta de custódia, nas quais serão liberados, por exemplo, refrigerantes gelados e biscoitos, além de dobrar o número de maços de cigarro, passando para seis.

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O que você precisa saber

  • Encerramento das cantinas: Serviço chega ao fim após 30 anos.
  • Prazo de 10 dias: Empresas devem zerar estoques até 10 dias a partir de terça-feira.
  • Responsabilidade dos parentes: Parentes de internos deverão fornecer itens básicos.
  • Recomendação do Conselho Nacional: Decisão segue orientação do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.

Contexto da Decisão

A medida adotada pela secretária da Seap, Maria Rosa Lo Duca Nebel, segue a recomendação de número 2, de 26 de março deste ano, em que foi estabelecido pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária o fechamento das cantinas existentes no país. No documento, o conselho justifica o ato ressaltando que, embora a Lei de Execuções Penais preveja o serviço, a comercialização dos produtos dentro das prisões demonstrou, ao longo dos anos, ser um dos “grandes problemas na dinâmica carcerária”.

Justificativa e Impacto

A recomendação enfatiza ainda que é dever do estado dar assistência material ao preso, conforme normas da legislação nacional e internacional. Portanto, por ser “um espaço que propicia a atividade das facções criminosas na cadeia, uma vez que a escassez de alimentação e demais itens essenciais à sobrevivência no cárcere acabam por concentrarem-se nesses locais de venda e são monopolizados pelos presos com maior poderio”, é justificável seu fim.

Implementação da Medida

— A Seap se pauta sempre dentro daquilo que preconizam as diretrizes e as boas práticas da administração penitenciária no âmbito nacional, e o encerramento do serviço das cantinas é uma determinação do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Sob a perspectiva legal, historicamente, a venda de produtos nas unidades prisionais sempre se deu de forma precária e a manutenção desse serviço, que perdurou por cerca de 30 anos, chega agora ao seu fim — comentou a secretária.

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Comunicação da Decisão

As empresas e os chamados “cantineiros” das unidades penitenciárias foram avisados nesta terça-feira, por meio de ofício e comunicação interna. A própria secretária esteve na segunda-feira nos presídios do Complexo de Gericinó, em Bangu, para avisar seus diretores sobre a extinção do serviço. Portanto, também foram comunicados: a Vara de Execuções Penais (Vep), o Ministério Público, a Defensoria Pública e o Conselho Penitenciário.