Rivaldo Barbosa nega envolvimento na morte de Marielle Franco

Ex-chefe da Polícia Civil do RJ afirma não ter planejado o crime e desconhecer os supostos mandantes

Redacao
Por Redacao
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Rio de Janeiro – O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, negou nesta segunda-feira (3) ter planejado o assassinato da vereadora Marielle Franco e atuado para proteger os supostos mandantes do crime, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão. Barbosa prestou depoimento à Polícia Federal na Penitenciária Federal de Brasília.

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O que você precisa saber:

  • Negativa enfática: Rivaldo Barbosa afirma não conhecer os irmãos Brazão e nunca ter se encontrado com eles.
  • Entrega de provas: O delegado disponibilizou seu celular e todas as senhas à Polícia Federal, solicitando que qualquer evidência de comunicação fosse apresentada.
  • Depoimento solicitado: Barbosa pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para ser ouvido pela PF.
  • Outros envolvidos: Domingos e Chiquinho Brazão, também alvos dos mandados de prisão, negam envolvimento no crime.

Depoimento de Rivaldo Barbosa

Em seu depoimento, Barbosa afirmou nunca ter tido contato com os irmãos Brazão e desconhecer qualquer plano envolvendo Marielle Franco. Seu advogado, Marcelo Ferreira, declarou: “Ele nunca esteve com essas pessoas, não conhece essas pessoas. Ele entregou o celular dele para a Polícia Federal com todas as senhas e isso nunca foi levado em consideração. Cadê as conversas que teria tido com ele? Não tem, a Polícia Federal não conseguiu trazer isso e ficou muito claro no depoimento que realmente ele nunca teve contato com ninguém.”

Pedido ao STF

A realização do depoimento foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes após Barbosa enviar-lhe um bilhete pedindo para ser ouvido. No bilhete, Barbosa escreveu: “Ao Exmo. Ministro, por misericórdia, solicito que V.Exa. faça os investigadores me ouvirem, pelo amor de Deus”. Cerca de um mês atrás, Barbosa já havia solicitado ao STF para prestar depoimento à PF.

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Contexto e outras acusações

Domingos e Chiquinho Brazão foram presos preventivamente em 24 de março e denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no último dia 10. Todos os envolvidos negam os crimes. Barbosa também pediu que sua mulher fosse ouvida pela PF, que suspeita que ela tenha usado empresas de fachada para lavar dinheiro.

Revelações de Ronnie Lessa

Em um acordo de delação premiada, o ex-policial militar Ronnie Lessa afirmou que Chiquinho Brazão, então vereador, reagiu de forma “descontrolada” à atuação de Marielle para votar um projeto de lei que afetava um condomínio em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. Lessa relatou que Barbosa teria garantido a imunidade dos envolvidos para que o inquérito não chegasse aos mandantes.

Denúncia da PGR

A denúncia da PGR afirma que Domingos e Chiquinho ordenaram os homicídios e que Barbosa, como diretor da Divisão de Homicídios e posteriormente chefe da Polícia Civil, usou sua autoridade para garantir a impunidade dos mandantes. “A ordem para executar os homicídios foi dada por Domingos e Chiquinho”, escreveu o vice-procurador-geral da República Hindenburgo Chateubriand Filho.

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