RJ: Paulo Ganime acredita que flexibilização trabalhista deve ser um acordo entre ambas as partes, não apenas imposição da empresa

Foto: Assessoria de Comunicação

Com o número de pessoas doentes de Covid-19 aumentando pelo Brasil, muitos gestores públicos passaram a adotar medidas para tentar combater a doença. Com o objetivo de reduzir a circulação de pessoas e, ao mesmo tempo, baixar a taxa de contaminação nos municípios, as principais ações foram o lockdown e o toque de recolher. Restrições que têm forte impacto sobre as atividades das empresas, o que traz desafios para que consigam pagar suas contas e honrar seus compromissos no curto prazo.

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Por conta disso, o Congresso Nacional tem iniciado discussões a respeito de reedição de medidas adotadas no ano passado, para tentar controlar a crise econômica que se instalou durante a crise de saúde pública.

Esses debates entre parlamentares têm o objetivo de elaborar medidas para evitar demissões e fechamento de empresas, como algumas estratégias adotadas em 2020, a exemplo da MP 936/2020, que instituiu o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda; e mais precisamente reeditar a Medida Provisória 927/2020, que já perdeu sua eficácia.

De acordo com a MPV, durante o estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 2020 (e que foi encerrado no dia 31 de dezembro do ano passado), para fins trabalhistas, empregado e empregador podiam fazer acordos, a fim de garantir a permanência do vínculo empregatício, como o teletrabalho, a antecipação de férias individuais, a concessão de férias coletivas, o aproveitamento e a antecipação de feriados, criação e uso do banco de horas.

Segundo o economista e professor de finanças do IBMEC Brasília William Baghdassarian, uma reedição desse tipo de Medida Provisória, simplificando as regras trabalhistas, pode ser um ponto positivo nesse momento em que as empresas precisam de auxílio para se manter em atividade. O especialista acredita que na atual crise causada pela pandemia da Covid-19, se o Brasil mantiver regras trabalhistas muito duras e pouco flexíveis, é possível que a crise econômica fique mais intensa.

O especialista em economia afirma que na medida em que o empregador não consegue auferir receita “fica muito complicado ele continuar honrando esses custos físicos. Do ponto de vista jurídico eu não tenho dúvidas de que é preciso manter os empregados e pagar todas as obrigações”, explicou.

Por isso, do ponto de vista econômico “o empresário para de ter o ingresso de recursos e passa a ter só sangria de recursos do caixa. Chega um certo momento em que essa empresa fica com o caixa fragilizado e, em muitos casos, a empresa acaba entrando em recuperação judicial ou falindo”, destacou Baghdassarian.

Adotar uma medida como essa, no entanto, causa polêmicas em parte dos parlamentares e da sociedade, que teme uma fragilização das leis trabalhistas ao ponto em que o funcionário não tenha direitos assegurados, tornando-se descartável a qualquer momento.

De acordo com o deputado federal Paulo Ganime (NOVO-RJ), os debates relacionados a medidas que possam flexibilizar leis trabalhistas, podem ajudar a reduzir o desemprego, uma vez que podem garantir condições para que as empresas e trabalhadores refaçam acordos firmados antes da pandemia de covid-19.

“Esses acordos esses devem ser revistos entre as duas partes, não é uma imposição da empresa, mas é um acordo que possa garantir que empregos sejam preservados. Que possam garantir que o trabalhador continue trabalhando. Mais uma vez é preciso dizer que isso não vai contra o trabalhador, muito pelo contrário, serão acordos que vão possibilitar que ainda mais empregos sejam mantidos”, destacou o parlamentar.

Desemprego

De acordo com dados do Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa média de desemprego em 2020 foi recorde em 20 estados do País, acompanhando a média nacional, que aumentou de 11,9% em 2019 para 13,5% no ano passado, a maior da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), que é realizada desde 2012.

Os dados da pesquisa foram divulgados no dia 10 de março deste ano e revelou que no intervalo de um ano, a população empregada reduziu em 7,3 milhões de pessoas no País. O estado do Rio de Janeiro foi duramente afetado pela crise e registrou 17,4% de desocupação entre sua população.  

Em termos nacionais, os jovens foram os mais afetados pelo desemprego entre os grupos etários no quarto trimestre de 2020. As pessoas de 14 a 17 (42,7%), de 18 a 24 anos de idade (29,8%), de 25 a 39 anos (13,9%) tiveram taxa acima ou igual à média nacional.

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Reportagem:

Com formação em jornalismo e pós-graduação em linguística, Janary Damacena se especializou em Narratologia e no Storytelling para reportar notícias. Com participação em redações de jornais impressos, revistas, rádios, televisão e assessorias de imprensa; alguns de seus trabalhos mais marcantes foram realizados em lugares como a Agência do Rádio Brasileiro, Rádio Nacional, Jornal de Brasília, Agência Rádio Web, Jornal Tribuna do Brasil, TV Educativa, Presidência da República, Ministério da Saúde, Revista Plano Brasília, Agência Gralha Comunicação e Vídeo e Organização das Nações Unidas (ONU).

Produção:

Publicitário e Jornalista formado desde 2011, pelo Centro Universitário de Brasília (UniCeub). Com dupla graduação, atuou no departamento de Mídia da Agência DeBrito Propaganda por 2 anos. Possui experiências profissionais em redações de rádio, televisão e assessoria de imprensa. Trabalhou como assessor de imprensa na Câmara Brasileira da Indústria e Construção (CBIC) e, também, na equipe da Profissionais do Texto, atendendo clientes como o IBRAM(Instituto Brasileiro de Mineração). Antes de ingressar na equipe do Brasil 61, trabalhou como produtor de telejornal no SBT Brasília e passou, também, pela redação da TV Justiça, no Supremo Tribunal Federal, produzindo matérias para o Jornal da Justiça e alguns outros programas como Saber Direito. Ingressando na família do Brasil 61 a partir de novembro de 2020.

Edição:

Jornalista há 20 anos, com experiência em diversas mídias, passando por rádio e a TV, mas, mais especificamente, nos principais jornais impressos da capital, Correio Braziliense e Jornal de Brasília. Além disso, exerceu a profissão em importantes órgãos, como Ministério da Educação, Procuradoria Geral da República, Ministério da Saúde, Banco Central e Ministério do Meio Ambiente. Em todos eles, desempenhou as funções de redação, edição, revisão de textos, fotojornalismo, assessoria, entre outros.

Edição de áudio:

Daniel Costa, operador de áudio, formado em Publicidade e Propaganda, trabalhando na área de Rádio e TV desde 2009, com passagem em produção cinematográfica, shows e espetáculos teatral, está na equipe do Brasil 61 desde 2017.

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