O governo do Rio de Janeiro solicitou oficialmente aos Estados Unidos a inclusão do Comando Vermelho (CV) na lista de sanções do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), órgão responsável por aplicar restrições financeiras a organizações criminosas transnacionais. O pedido foi feito por meio de um documento sigiloso, obtido pela imprensa nesta segunda-feira (3). As informações são de Paulo Cappelli, do Metrópoles.
Segundo o relatório, o CV foi classificado como organização terrorista insurgente, e o reconhecimento formal como tal poderia ser um divisor de águas na segurança hemisférica.
Objetivo da medida
A iniciativa visa internacionalizar o combate ao crime organizado no Rio, fortalecendo a cooperação policial e financeira entre Brasil e EUA. Caso seja aprovada, a facção e seus integrantes terão bens, contas e ativos bloqueados em instituições financeiras sob jurisdição americana, dificultando operações de lavagem de dinheiro e tráfico internacional de drogas.
A inclusão no sistema OFAC, que reúne a lista Specially Designated Nationals (SDN), amplia a vigilância sobre fluxos financeiros ilícitos e penaliza empresas e instituições que mantenham relações com pessoas ou organizações sancionadas.
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Contexto recente
Nos últimos meses, o OFAC ganhou destaque no Brasil após sancionar autoridades do país. Em julho de 2025, o ministro Alexandre de Moraes (STF) foi alvo de medidas por supostos “graves abusos de direitos humanos”. Em setembro, sua esposa, Viviane Barci de Moraes, e o Instituto LEX, empresa ligada à família, também foram sancionados.
O pedido do governo fluminense surge em meio à megaoperação contra o Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou em 121 mortos e mais de 110 presos, e tem como objetivo fortalecer o combate à facção no plano internacional.
