Racismo é Crime

Saiba quem é a argentina que imitou macaco em samba no Rio

Ato racista registrado em vídeo gera repercussão e investigação

Carolina de Palma foi gravada imitando macaco em samba. Foto: reprodução
Carolina de Palma foi gravada imitando macaco em samba. Foto: reprodução

Rio de Janeiro – Uma mulher argentina e um homem brasileiro foram denunciados por imitar macacos durante uma roda de samba na Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro, na noite de sexta-feira (19). O flagrante de racismo foi registrado em vídeo pela jornalista Jackeline Oliveira, que apresentou a gravação à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) na segunda-feira (22).

Resumo da Notícia

  • Ato racista registrado durante roda de samba.
  • Mulher argentina e homem brasileiro envolvidos.
  • Vídeo entregue à Decradi por Jackeline Oliveira.
  • Fórum Latino-americano de Educação Musical repudiou o ato.
  • Envolvidos excluíram suas contas nas redes sociais.

O que aconteceu?

Ato Racista Registrado em Vídeo

Durante uma roda de samba na Praça Tiradentes, uma mulher argentina e um homem brasileiro foram flagrados imitando macacos. A jornalista Jackeline Oliveira registrou o momento em vídeo e levou a denúncia à Decradi. Segundo a jornalista, a mulher é de Buenos Aires e estava no Rio para participar do Fórum Latino-americano de Educação Musical. O homem, residente do Rio, a acompanhava.

Identificação dos Envolvidos

Nas redes sociais, a argentina foi identificada como Carolina de Palma, professora de música. Desde a repercussão do vídeo, tanto Carolina quanto o brasileiro que a acompanhava excluíram suas contas nas redes sociais.

Declarações e Ações

“Nada ameniza o racismo. Ninguém, em país nenhum, vai entender que o racismo é uma coisa boba, uma brincadeira,” declarou Jackeline Oliveira. A jornalista também relatou que, ao comprar água, avistou o casal, inicialmente pensando que fosse uma dança. Ao perceber o teor racista das imitações, decidiu gravar a ação e informar os seguranças. No dia seguinte, ela postou o vídeo em suas redes sociais e buscou apoio para formalizar a denúncia.

Jackeline formalizou a denúncia acompanhada de Wanderso Luna, idealizador da roda de samba “Pede Teresa”, da vereadora Mônica Cunha (PSOL) e de uma advogada.

“Quando o caso ganhou essa repercussão toda nas redes sociais, não imaginava que teria tanta força. Mas a população se mobilizou, porque não pode ser mais um caso de racismo. Tem que ter um tipo de punição,” afirmou Jackeline à Globo.

Reações da Comunidade

Wanderso Luna lamentou o ocorrido: “É algo tão absurdo, em 2024, uma pessoa imitar um macaco, que ninguém acredita. As pessoas não se dão conta do que está acontecendo. Podia ter tido uma tragédia. Eles são racistas, mas a gente não quer que ninguém morra ou sofra uma violência,” contou.

A roda de samba “Pede Teresa” na Praça Tiradentes é uma ferramenta de resistência contra o racismo. “A roda Pede Teresa é uma ferramenta para lutar contra isso, até porque o local, historicamente, sempre foi ocupado por nós pretos,” afirmou Luna.

Repúdio do Fórum Latino-americano de Educação Musical

O Fórum Latino-americano de Educação Musical repudiou o ato, afirmando que os envolvidos não são associados ao Fladem Brasil e solicitou uma investigação pela seção brasileira do Fórum.