Crise na Supervia

Supervia tem apenas dois meses de caixa para operar trens do Rio

Governo estadual quer reassumir gestão até junho, mas decisão depende da Justiça

Supervia
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Rio de Janeiro – A Supervia informou que tem apenas dois meses de caixa para continuar operando o sistema de trens do Rio de Janeiro.

O governo estadual declarou intenção de reassumir o serviço até o fim de junho, embora a transferência dependa de decisão judicial, já que ambas as partes alegam que a outra deve saldar suas dívidas.

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O que você precisa saber

  • Estado de emergência: Supervia informa que só tem caixa para operar por mais dois meses.
  • Intervenção planejada: Governo estadual pretende reassumir operação dos trens até o final de junho.
  • Disputa judicial: Decisão final sobre transferência de gestão depende da Justiça.
  • Dívidas e acusações: Supervia e governo estadual trocam acusações sobre dívida de bilhões de reais.

Situação Atual

A Justiça determinou que o estado e a Supervia se reúnam no dia 27 de junho para tentar regularizar os serviços ferroviários. O governo estadual, que não liberará mais recursos para a concessionária, deseja reassumir a gestão dos trens, encerrando uma concessão que dura mais de 25 anos. O juiz designou uma perícia independente para avaliar a situação financeira da empresa e apresentar um plano alternativo para garantir a continuidade do serviço.

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Argumentos do Governo

O secretário estadual de Transportes, Washington Reis, afirmou que o governo quer retomar a gestão dos trens, alegando que o contrato de 25 anos com a Supervia terminou e que a empresa não cumpriu suas obrigações, incluindo pagamentos e investimentos em infraestrutura. “Estamos na reta final. Tenho muita fé que não passará do mês de junho”, disse Reis.

Alegações da Supervia

A Supervia acusa o governo de não realizar os repasses previstos no contrato, afirmando que o estado deve R$ 2,5 bilhões à empresa. Segundo a concessionária, parte da dívida do governo decorre de perdas causadas pela pandemia de Covid-19, como a falta de compensação pelas perdas financeiras (R$ 701 milhões) e a falta de reajuste das tarifas (R$ 257 milhões). A Supervia também menciona prejuízos devido a problemas de segurança pública e falta de pagamento por gratuidades.

Disputas e Desafios

A disputa entre governo e Supervia se intensifica com o estado alegando que a concessionária deve cerca de R$ 3,5 bilhões. O governo também argumenta que a empresa opera de forma irresponsável, com sinalização ruim e muros quebrados. Mesmo em regime de recuperação fiscal, com dívidas de R$ 191 bilhões, o governo garante que consegue arcar com os custos mensais da Supervia, estimados em cerca de R$ 8 milhões por mês.

Próximos Passos

Para reassumir o controle da Supervia, o governo estadual precisará discutir o caso na Justiça. O secretário afirmou que o estado tem condições de reassumir a operação em junho, mas os advogados do governo mencionaram na ação judicial que o poder público precisaria de seis meses para assumir o serviço.