Que exemplo

Tenente condenado por morte de Amarildo vira garoto-propaganda da PM do Rio

Luiz Felipe Medeiros aparece em publicação do Comando de Operações Especiais

Luiz Felipe Medeiros, condenado pela morte de Amarildo, é garoto-propaganda da Polícia Militar do Rio. Recebe R$ 17,1 mil e atua na Cidade de Deus.
Luiz Felipe Medeiros, condenado pela morte de Amarildo, é garoto-propaganda da Polícia Militar do Rio. Recebe R$ 17,1 mil e atua na Cidade de Deus. - Foto: reprodução

Rio de Janeiro – Condenado pela morte do ajudante de pedreiro Amarildo, o tenente Luiz Felipe Medeiros virou garoto-propaganda da Polícia Militar do Rio de Janeiro. A corporação usou uma foto de Medeiros em uma publicação do Comando de Operações Especiais (COE) no Instagram na segunda-feira (22/7).

Resumo da Notícia

  • Luiz Felipe Medeiros é garoto-propaganda da PM do Rio.
  • Condenado pela morte de Amarildo em 2013.
  • Promovido a coordenador da equipe de Retirada de Barricadas.
  • Recebe salário de R$ 17,1 mil e voltou às ruas.
  • Foto publicada durante operação na favela Cidade de Deus.

O que aconteceu?

Condenação e Promoção

Luiz Felipe Medeiros foi condenado pela morte de Amarildo em julho de 2013. Amarildo foi torturado, assassinado e desaparecido por policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Em 2016, 12 PMs foram condenados pela Justiça do Rio de Janeiro, incluindo Medeiros, que na época era subcomandante da UPP Rocinha. A Justiça determinou que Medeiros “não só orquestrou todo o crime junto a Edson [major e comandante da UPP da Rocinha], como participou pessoalmente da execução”. Ele foi condenado a dez anos e sete meses de prisão, mas foi solto um ano depois da sentença, em 2017.


LEIA TAMBÉM

Publicação no Instagram

Na segunda-feira (22/7), a Polícia Militar do Rio de Janeiro publicou uma foto de Medeiros em uma operação na favela Cidade de Deus, ocupada pelo governo fluminense há uma semana. A legenda do post dizia: “A disciplina e a coragem são os pilares que sustentam a vitória”.

Atuação Atual

Apesar da condenação, Medeiros foi promovido pela PM fluminense ao cargo de coordenador da equipe de Retirada de Barricadas em favelas do Comando de Operações Especiais (COE). Ele ainda responde a um processo administrativo na corregedoria da corporação, mas voltou às ruas e recebe um salário de R$ 17,1 mil.

Papel do Comando de Operações Especiais

O Comando de Operações Especiais (COE) tem a missão de coordenar as unidades operacionais especiais da PM, além de elaborar planos de policiamento e fiscalizar os batalhões. A promoção e o uso de Medeiros como garoto-propaganda geraram polêmica, especialmente devido ao histórico do tenente.