Traficante evangélico Peixão importava armas de guerra pelos Correios e DHL

23 de março de 2025
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Peixão - Foto: Reprodução
Peixão - Foto: Reprodução

Rio de Janeiro A Polícia Federal (PF) desmantelou um esquema de importação ilegal de armas que abastecia o Terceiro Comando Puro (TCP) no Rio de Janeiro. O esquema, liderado por Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, utilizava os Correios, a transportadora DHL e a plataforma AliExpress para trazer fuzis, munições, explosivos e drones ao Brasil.

As investigações revelaram que Everson Vieira Francesquet, apelidado de Deus, atuava como armeiro da facção e era responsável pela coordenação das compras internacionais. Ele foi preso ao tentar retirar um fuzil anti-drone identificado como “brinquedo eletrônico” em uma encomenda enviada para Nova Iguaçu.

Como funcionava o esquema de importação

A quadrilha negociava diretamente com fornecedores da China e do Paraguai, utilizando códigos de rastreamento para monitorar as entregas. Pagamentos eram realizados via Pix, com quantias que variavam entre R$ 30 mil e R$ 32 mil.

  • Fuzis paraguaios custavam entre R$ 7,5 mil e R$ 15 mil;
  • Drones eram adquiridos para monitoramento de território;
  • Explosivos e munições chegavam de diferentes países.

Recibos da DHL mostram que equipamentos foram enviados de Hong Kong para o endereço de Everson. Em mensagens obtidas pela PF, Peixão afirmava que compraria cinco armas anti-drone de uma só vez.

Conexão com o Complexo de Israel

Peixão se autodeclara dono de uma área do Complexo de Israel, onde vivem aproximadamente 140 mil pessoas. Em um áudio interceptado pela PF, ele detalha a estratégia de compras:

“A partir de agora, a gente já não vai parar mais não, né? Toda semana a gente vai estar comprando alguma coisa. Eu vou me programar pra semana que vem fazer uma compra de 100 mil.”

A facção também utilizava transportadoras privadas para receber armamentos. Em outro áudio, Peixão garantiu que já possuía contatos confiáveis para a entrega de fuzis sem interferência das autoridades.

Prisões e buscas

Everson Vieira Francesquet foi preso ao se apresentar à Justiça. Ele responde por tráfico internacional de armas e participação em organização criminosa. A PF solicitou sua transferência para um presídio federal.

Peixão continua foragido. A Polícia Civil realizou diversas operações para prendê-lo, incluindo a destruição de um resort do tráfico que ele construiu dentro de uma favela. O local tinha piscina, academia e um lago artificial.

Declaração da Polícia Federal

O superintendente da PF, Fábio Galvão, defendeu a necessidade de maior integração entre os órgãos de segurança para conter a entrada de armas no Brasil.

“A integração tem um papel fundamental nisso. Os problemas são muito grandes e complexos e exigem coordenação e união de esforço.”


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Respostas dos envolvidos

Os Correios informaram que colaboram com as autoridades no combate ao envio de objetos ilegais. A DHL Express declarou que acompanha o caso e não compactua com atividades criminosas. A defesa de Everson Vieira Francesquet não foi localizada, assim como a empresa AliExpress.

Entenda o caso: Esquema de armas do TCP no Rio

  • Peixão importava armamento pesado via Correios, DHL e AliExpress.
  • Everson Vieira Francesquet, conhecido como Deus, coordenava as compras internacionais.
  • Os armamentos eram enviados da China e do Paraguai.
  • A PF prendeu Everson ao retirar um fuzil anti-drone dos Correios.
  • Peixão segue foragido e é procurado pela Polícia Civil.
  • A PF investiga novos envolvidos no esquema de tráfico de armas.

Com informações do Fantástico

Redacao

Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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