Rio de Janeiro – Moradores do bairro Estácio, na região central do Rio, estão há mais de 25 dias sem internet devido à ação de traficantes. Os criminosos cortaram os cabos da operadora Claro e impedem que técnicos façam reparos. O objetivo é forçar os moradores a contratarem um serviço clandestino de internet, conhecido como “gatonet”.
A situação não se limita ao Estácio. Outros bairros da Zona Norte, como Penha, Brás de Pina, Cordovil e Piedade, também enfrentam o mesmo problema. Segundo moradores, técnicos da Claro têm sido impedidos de acessar as áreas por ameaças de grupos criminosos.
Bloqueio de operadoras e insegurança
Desde fevereiro, clientes da Claro relatam dificuldades para restaurar o sinal. Quando entram em contato com a operadora, recebem mensagens informando que o serviço não pode ser normalizado devido à falta de segurança. Em comunicado, a empresa afirmou que suas equipes técnicas estão impossibilitadas de atuar em determinadas áreas devido a riscos de agressão e ameaças.
A Conexis Brasil Digital, entidade que representa as principais operadoras de telecomunicações do país, confirmou que problemas semelhantes ocorrem em outras regiões do Brasil. A entidade alertou que furtos, roubos e vandalismo em redes de telecomunicações prejudicam milhões de usuários, afetando o acesso a serviços essenciais, como polícia e emergências médicas.
Expansão do “gatonet” e impacto na população
A conexão clandestina oferecida pelo tráfico não possui regulamentação e apresenta falhas constantes. Apesar disso, muitos moradores são obrigados a aderir ao serviço devido à falta de opção. A ilegalidade desse tipo de conexão também pode resultar em golpes e monitoramento de dados sem segurança.
Medidas para conter o problema
As operadoras pedem uma ação coordenada do Judiciário, Legislativo e Executivo para combater esses crimes. Projetos de lei no Congresso Nacional (PL 4872/2024, PL 3780/2023 e PL 5846/2016) propõem punições mais severas para vandalismo e roubo de infraestrutura de telecomunicações. No entanto, moradores ainda aguardam soluções efetivas para o problema.
Com informações do g1.