Foto: Reproduão

CCJ do Rio aprova projeto de Anderson Moraes

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou, por 4 votos a 3, a constitucionalidade do projeto de lei 5.377/22, que propõe proibir o uso da foice e do martelo no estado.

O texto, de autoria do deputado licenciado Anderson Moraes (PL), altera a Lei 2.644/96, que já proíbe a suástica e outros símbolos nazistas.

A medida gerou debate acalorado, críticas de inconstitucionalidade e ironias ligadas ao passado político de Moraes, que iniciou a carreira no PCdoB de Nova Iguaçu.


Divisão na votação

Votaram a favor: Alexandre Knoploch (PL), Rodrigo Amorim (União Brasil), Fred Pacheco (PMN) e Sarah Poncio (Solidariedade).
Contra: Luiz Paulo (PSD), Élika Takimoto (PT) e Carlos Minc (PSB).

Para Luiz Paulo, o projeto distorce conceitos ao equiparar comunismo, nazismo e fascismo. Ele lembrou que a foice e o martelo são símbolos do operariado e do campesinato, usados por partidos registrados no TSE.

Carlos Minc reforçou a inconstitucionalidade da medida por violar a liberdade política e ideológica. Élika Takimoto destacou que o comunismo inspirou lutas por direitos trabalhistas, enquanto o nazismo é uma ideologia intrinsicamente genocida.



Defesa do projeto

Os defensores alegaram que a medida é necessária para combater manifestações de ódio.

  • Alexandre Knoploch afirmou que “grupos comunistas têm discurso antissemita e apoiam o Hamas”.
  • Rodrigo Amorim citou a Resolução 230 do Parlamento Europeu, que recomenda a proibição de símbolos comunistas.

Já a deputada Dani Monteiro (PSOL) lembrou que o comunismo foi aliado contra o nazismo na Segunda Guerra. “A experiência stalinista foi ruim, mas não podemos responsabilizar uma teoria por todos os erros de regimes passados”, disse.


Passado de Anderson Moraes

Durante a sessão, parlamentares lembraram que Anderson Moraes já foi suplente de vereador pelo PCdoB. O fato rendeu piadas e ironias:

  • “Se curou”, disse Alexandre Knoploch.
  • “Deus intercedeu por ele”, completou Rodrigo Amorim, arrancando risadas.

O projeto seguirá tramitando na Alerj e ainda deve passar por outras comissões antes de ir a plenário.

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JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.