OMS diz que 3ª dose piora acesso de países pobres às vacinas contra a covid

Genebra, 12 nov (EFE).- A terceira dose da vacina contra a covid-19 sendo aplicada em vários países está dificultando o acesso às duas primeiras doses em países pobres, disse nesta sexta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS), revelando que diariamente estão sendo administradas seis vezes mais doses de reforço do que as iniciais.

“Este é um escândalo que deve parar agora. A grande maioria dos países está pronta para vacinar, mas precisam das doses”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva.

Os especialistas da OMS alertaram para a curva ascendente da pandemia, especialmente na Europa, onde dois milhões de casos foram registrados na semana passada, o maior número semanal desde o início da pandemia.

As mortes na Europa nesta curva ascendente – 27 mil -, foram responsáveis por metade de todas as que ocorreram no mundo.

A organização disse que para atingir a meta de ter 40% da população de todos os países vacinados até o final do ano, são necessárias 550 milhões de doses adicionais, equivalente ao que é produzido em apenas dez dias.

A OMS teria tantas doses de sobra para distribuir por meio da plataforma Covax – criada para trabalhar pelo acesso equitativo às vacinas – se a maioria dos países que se comprometeram a doar um total de 1,4 bilhão de doses cumprissem sua palavra. Por enquanto, eles entregaram apenas 20% do que foi oferecido.

Várias dessas promessas não foram cumpridas porque 30 países começaram a recomendar uma terceira dose às suas populações, em alguns casos para os grupos de maior risco e em outros para a população em geral.

“Não adianta dar reforços a adultos saudáveis ou vacinar crianças quando há profissionais de saúde, idosos e pessoas de alto risco ao redor do mundo que ainda estão esperando pela primeira dose”, disse Tedros, afirmando que a exceção deve ser quem eles têm um sistema imunológico que funciona mal e devem receber reforço. EFE