Médicos e movimentos populares discutem futuro do SUS neste sábado (6)

Como reconstruir o Sistema Único de Saúde (SUS) após os últimos anos de desmantelamento potencializado pela crise sanitária da covid-19? 

Essa é pergunta que médicos e médicas ligados a movimentos populares vão tentar responder em um encontro marcado para este sábado (6), que terá a presença do candidato à presidência da república Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ele não será o único a receber as ideias e soluções apresentadas pelo grupo de profissionais. Um manifesto pelo fortalecimento do SUS será lançado no evento para ser apresentado a candidatos e candidatas, inclusive ao legislativo.

A prática de uma medicina em defesa da democracia, da ciência e da justiça social será a espinha dorsal dos debates que devem ocorrer nesse sábado. Esses são os elementos que vão permear a abertura do encontro, com previsão de falas da Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia – ABMMD, do Movimento Psiquiatria, Democracia e Cuidados em Liberdade e da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares (RNMP).

O encontro acontece um dia depois da Conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde, realizada nesta sexta (5), em São Paulo. O evento reuniu profissionais da área de saúde de todo o país para debater ações de fortalecimento do Sistema Único do Saúde (SUS) e também contou com a participaçaõ de Lula.

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“O momento representa uma possibilidade. Uma capacidade de demonstrar que – em uma categoria que ainda é muito elitizada, com um processo de formação complexo e de acesso muito restrito –  há médicos e médicas que estão dispostos a lutar por um Brasil em que a saúde seja prioridade, em que as pessoas sejam prioridades diante da saúde”, afirma a médica de família Eline Ethel, diretora do Sindicato dos Médicos de São Paulo  e integrantes da RNMP.

Na programação do evento, essa disposição está explícita. Além de tratar dos desafios históricos e problemas estruturais da saúde pública do Brasil, a ideia é pensar em mecanismos para a reconstrução do que foi perdido nos últimos anos e qual é o papel de médicos e médicas nessa reconstrução. Como reorganizar a rede de atenção, retomar investimentos e ampliar diálogos.

“Vivemos uma pandemia que nos levou à exaustão. Temos várias dificuldades, programas que não são acessíveis ao povo, às pessoas, ao paciente e que vêm desmantelando a atenção primária à saúde. Nos encontraremos para discutir e falar sobre a saúde do país, num contexto geral, não elitizado, progressista, com médicos comprometidos com a saúde da população. Nada mais importante do que discutir políticias públicas que foram sendo desmanteladas nos últimos anos, a volta e a capacidade de refazer essa políticas e trazer de volta o acesso à população”, conclui Eline Ethel.

 

Edição: Nicolau Soares