Uma nova linhagem do vírus Sars-CoV-2, chamada XEC, foi detectada nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. A variante, pertencente à Ômicron, começou a chamar atenção após aumentos de casos na Alemanha e já foi registrada em pelo menos 35 países. A Fiocruz lidera a vigilância genômica da linhagem no Brasil.
Rio de Janeiro – Uma nova linhagem do vírus Sars-CoV-2, chamada XEC, pertencente à variante Ômicron, foi identificada no Brasil.
A variante foi detectada nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina, conforme anunciado pelo Laboratório de Vírus Respiratórios do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
O primeiro registro foi feito no Rio de Janeiro em setembro, com amostras de dois pacientes da capital. A descoberta foi rapidamente comunicada ao Ministério da Saúde e às secretarias estadual e municipal.
As sequências genéticas foram decodificadas e inseridas na plataforma Gisaid, que monitora variantes do vírus. Logo após, outros grupos de pesquisadores também registraram genomas da linhagem em São Paulo e Santa Catarina, com amostras coletadas em agosto e setembro, respectivamente.
O que é a linhagem XEC?
A variante XEC foi classificada como “sob monitoramento” pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no dia 24 de setembro. Variantes sob monitoramento são aquelas que apresentam mutações no genoma, que podem alterar o comportamento do vírus, como o aumento da transmissibilidade. A XEC começou a chamar atenção no mundo em junho e julho de 2024, quando aumentaram os casos na Alemanha. Desde então, a variante se espalhou por pelo menos 35 países, com mais de 2.400 sequências registradas até 10 de outubro.
Monitoramento e transmissibilidade
De acordo com a virologista Paola Resende, que atua no Laboratório de Vírus Respiratórios do IOC e na Rede Genômica Fiocruz, os dados internacionais indicam que a XEC pode ser mais transmissível do que outras linhagens, mas o impacto no Brasil ainda precisa ser avaliado. “O impacto pode variar, já que a memória imunológica da população difere de país para país, dependendo das linhagens que já circularam no passado”, explicou.
Vigilância genômica no Brasil
A detecção da XEC no Brasil resultou de uma estratégia de vigilância que intensificou o sequenciamento genômico no Rio de Janeiro entre agosto e setembro, com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde. Durante três semanas, amostras de swab nasal de casos positivos de Sars-CoV-2 foram coletadas em unidades de saúde e enviadas ao laboratório do IOC.
Apesar de identificar a XEC, o monitoramento mostrou o predomínio da linhagem JN.1, que tem sido a majoritária no Brasil desde o fim de 2023.
Impacto da variante XEC
Os dados atuais da Secretaria Municipal de Saúde do Rio e do Infogripe, da Fiocruz, não indicam um aumento expressivo nos casos de Covid-19. Contudo, Paola alertou sobre a necessidade de fortalecer a vigilância genômica no Brasil. Ela destacou que a falta de dados de alguns estados prejudica o acompanhamento de novas variantes e a análise de seus impactos.
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Perguntas frequentes sobre a variante XEC
O que é a variante XEC?
A XEC é uma linhagem da variante Ômicron do Sars-CoV-2 e foi classificada como “sob monitoramento” pela OMS devido a mutações que podem aumentar sua transmissibilidade.
Onde a variante foi detectada no Brasil?
A XEC foi identificada inicialmente no Rio de Janeiro, seguida por registros em São Paulo e Santa Catarina.
A variante XEC é mais perigosa?
Ainda não se sabe se a XEC é mais perigosa ou transmissível no Brasil, mas ela tem mostrado sinais de maior transmissibilidade em outros países.
Como a XEC foi detectada no Brasil?
A detecção ocorreu através de uma estratégia de vigilância genômica realizada pelo IOC/Fiocruz em parceria com a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro.