Tatiane Raquel quebra o recorde brasileiro dos 3.000m com obstáculos

Paranaense correu as eliminatórias em 9min36s43 e superou os 9min38s63 de Juliana Gomes dos Santos, que resistia desde 2016. Mesmo com o recorde, brasileira não avançou

A paranaense Tatiane Raquel da Silva quebrou na noite deste sábado (31.07), no horário de Brasília, o recorde brasileiro dos 3.000 m com obstáculos durante as eliminatórias dos Jogos de Tóquio, no Estádio Olímpico do Japão. Ela completou a prova em 9min36s43, melhorando o tempo de 9min38s63, que pertencia a Juliana Gomes dos Santos desde 2016.

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Tatiane Raquel fez uma ótima corrida nos 3.000m com obstáculos e estabeleceu um novo recorde brasileiro. Foto: Wagner Carmo/CBAt

Tatiane, campeã brasileira e sul-americana da especialidade, terminou em sétimo na série 2 e em 28º no geral, fora da final da competição. “Foi uma experiência incrível,. São os meus primeiros Jogos Olímpicos. Estava correndo com grandes atletas que via pela televisão, e isso é fantástico. O calor atrapalhou um pouco, vi as meninas tentando se refrescar, mas faz parte. Deu recorde brasileiro e fiz o melhor”, disse a atleta. “Cada atleta reage de um jeito e fiquei anestesiada no início, mas quando entrei na prova e comecei a ver minhas adversárias, bateu o nervosismo e a sensação de realização pessoal. Treinei muito para estar aqui”, complementou.

A catarinense Simone Ponte Ferraz, a outra representante brasileira, completou a prova na 14ª colocação na série 1 e na 38ª na geral, com 10min00s92. “O pelotão largou forte e demorei para acertar as passadas e entrar na prova, muito técnica. Eu estava me preparando para a maratona, em Paipa, na Colômbia, quando a pandemia chegou. Aí resolvi me dedicar aos obstáculos e graças a Deus consegui a vaga olímpica. Paris é logo ali, quero estar mais preparada”, comentou.

Na qualificação do salto em distância, a catarinense Eliane Martins terminou em oitavo lugar no grupo B e em 18º no geral, com 6,43m, fora da final. A sérvia Ivana Spanovic obteve a melhor marca da fase, com 7 metros.

Nas eliminatórias dos 400m, o paulista Lucas Carvalho também não avançou. Ele ficou em sétimo na série 3, com 46s12. “Tentei fazer uma prova mais conservadora, mas não consegui fazer uma boa competição”, comentou o atleta, que passou mal após cruzar a linha de chegada. O norte-americano Michael Cherry foi o mais rápido, com 44s82.

Onipresente

Em Tóquio, o país tem 52 representantes no atletismo, e 49 deles são integrantes do Bolsa Atleta, programa de patrocínio direto do Governo Federal Brasileiro. No ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021, o atletismo recebeu quase R$ 43 milhões de repasses diretos via Bolsa Atleta, recursos que foram suficientes para a concessão de 1.935 bolsas.

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Lucas Carvalho não conseguiu avançar à final dos 400m livre. Foto: Wagner Carmo/ CBAt

Semifinais

Os torcedores brasileiros precisam acordar cedo neste domingo (1.08) para conferir duas semifinais importantes. A partir das 7h30 (de Brasília) haverá a participação de Paulo André Camilo de Oliveira nos 100m. Logo em seguida é a vez de Alison dos Santos, às 9h15, nos 400m com barreiras.

Paulo André, o melhor velocista do Brasil – é pentacampeão do Troféu Brasil -, corre na terceira e última série ao lado, por exemplo, do sul-africano Akani Simbine, que venceu a sua prova das eliminatórias com 10s08 (0.4).

Já Alison dos Santos, recordista sul-americano e terceiro no Ranking Mundial da World Athletics 2021 (47s34), compete na segunda série. O seu principal adversário será o catari Abderrahman Samba, bronze no Mundial de Doha-2019. Os dois correram juntos a primeira série das eliminatórias, na quinta à noite. Samba venceu com 48s38, seguido de Alison, com 48s42, os dois melhores tempos da classificatória.

Fonte: Confederação Brasileira de Atletismo