Trabalhador é demitido da Petrobras após distribuir alimentos em ocupação no Rio

Na tarde desta quarta-feira (2), a Petrobras demitiu o petroleiro Alessandro Trindade, diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), por justa causa. A empresa alega que o empregado participou da ocupação Campo dos Refugiados, organizada no terreno da petroleira, em Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro.

Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), Alessandro de fato esteve no local, mas representando o grupo “Petroleiros Solidários”, que distribui cestas básicas para a população carente, com doações de trabalhadores da Petrobras.

“O movimento Petroleiros Solidários começou no início da pandemia, quando o desemprego aumentou substancialmente. Alessandro criou, na ocasião, este movimento e vem, desde então, contando com a ajuda de vários trabalhadores da empresa. Já foram distribuídas 4 mil cestas básicas. Junto ao Sindipetro-NF, Alessandro também participa da ação do gás a preço justo, que já vendeu mais 2 mil botijões de gás de cozinha vendidos a preço justo em diversas comunidades do Rio”, explica a entidade em nota. 



Ocupação urbana foi construída em terreno em desuso da Petrobras, localizado em Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro / Pablo Vergara

Quando o terreno foi ocupado, conforme noticiado pelo Brasil de Fato, o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) e a FUP apoiaram as famílias. Alessandro, diretor do sindicato, foi um dos que levou cestas básicas para doações no local.

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“A Petrobras, então, acusou o sindicalista de fazer parte da organização daquela ocupação, quando na verdade ele faz parte da organização do movimento ‘Petroleiros Solidários’, que leva alimentos a quem precisa”, complementa a nota.

De acordo com o coordenador geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra, o sindicato não vai silenciar diante desta injustiça. 

“Continuaremos lutando junto à toda a categoria petroleira por comida no prato de todo o povo brasileiro. Vamos buscar todos os recursos possíveis, para reverter esta demissão injusta”, afirmou.

Edição: Mariana Pitasse